ADRIANO BARCELOS RIO DE JANEIRO, RJ – A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, disse na noite desta quarta-feira (27) que a evolução dela nas pesquisas de opinião tem de ser vista com “humildade”, mas que indica um sentimento de mudança importante. No Rio, onde participou de entrevista ao Jornal Nacional, da Rede Globo, Marina fez comentários protocolares sobre a participação no programa de TV. “A entrevista é pra que você possa esclarecer os pontos que os entrevistadores têm dúvidas. Eles fizeram as perguntas e eu dei as respostas”, afirmou. Sobre a pesquisa Ibope divulgada na terça-feira, que indica que Marina supera Aécio Neves (PSDB) com vantagem no primeiro turno e derrotaria Dilma Rousseff (PT) no segundo, a ex-senadora comentou que a corrida eleitoral ainda está no começo. “Pesquisa traz duas coisas: é um retrato do momento, que nós temos que recebê-la com muita humildade. O eleitor está buscando firmar uma posição, olhando para os candidatos. E ao mesmo tempo traz uma outra informação, que de fato há um interesse pela mudança. E tínhamos uma maioria de pessoas que estavam indecisas e tinham uma intenção inicial de voto e agora começam a manifestá-la. Ainda teremos muitos dias pela frente” EXAGERO DOS NÚMEROS Marina aproveitou para rebater críticas de adversários sobre sua participação no debate da Band na terça (26). Confrontada com as avaliações de que foi superficial no duelo com os demais postulantes do Palácio do Planalto, respondeu: “Há uma cultura muito grande de se achar que se substitui os anseios dos homens pelo exagero dos números. Então, aprendi que a gente tem que dialogar com os homens reais, com as pessoas. Obviamente calçar isso com objetividade. E tem objetividade sim quando se diz que vai controlar a inflação. Tem objetividade sim quando se diz que o país vai recuperar a confiança para voltar a crescer. Há objetividade sim quando a gente diz que vai investir 10% do orçamento bruto pra saúde. Tem objetividade quando a gente diz que vai fazer a educação de tempo integral. Tem objetividade sim quando a gente se comprometeu em nacionalizar o debate sobre segurança pública. Aumentar os recursos para que os Estados não se sintam sozinhos com a responsabilidade de resolver um problema grave e que ceifa cerca de 56 mil vidas por ano. Obviamente são linguagens diferentes. Espero que a democracia permita que cada um tenha sua forma de expressar”, afirmou. SELFIES NA SAÍDA Pelo menos 50 apoiadores da Rede Sustentabilidade, partido formado por Marina, mas não oficializado, esperaram por ela na saída da Globo. Alguns selfies e gritos de apoio depois, a candidata entrou em um carro e foi para um apartamento no Leblon, zona sul do Rio, acompanhada dos principais integrantes da coordenação de sua campanha. Na entrevista, Marina teve a companhia do candidato a vice-presidente Beto Albuquerque (PSB), da coordenadora do programa de governo, Neca Setúbal, do coordenador de campanha, Walter Feldman, e Mauricio Rands, que também dirige o programa de governo da candidata. Marina viajará para São Paulo na manhã de quinta-feira (28) e, à tarde, terá compromissos de campanha em Sertãozinho (SP). O programa de governo da ex-senadora deverá ser lançado na sexta-feira (29). Marina deverá voltar ao Rio no sábado (30), possivelmente para atividades de campanha em uma comunidade carente – seria na Rocinha, em São Conrado, zona sul da capital fluminense – ao lado de Romário (PSB), candidato ao Senado.