A candidata a presidente da República, Marina Silva (PSB), fez ontem, uma defesa enfática pela recuperação do etanol como combustível e criticou a política adotada pelo governo de sua adversária, Dilma Rousseff (PT), para o setor sucroenergético. Setor (de etanol) será recuperado porque vocês (empresários) se ajustaram a acreditaram no governo, disse ela, para uma plateia de cerca de 200 empresários e representantes da cadeia produtora de açúcar e etanol na Feira Internacional de Tecnologia Sucroenergética (Fenasucro), em Sertãozinho (SP).
A candidata afirmou que as políticas equivocadas do atual governo que priorizaram a gasolina ao etanol foram responsáveis pelo fechamento de mais de 70 usinas e por outras 40 que estão em recuperação judicial, com milhares de empregos perdidos. Ela ironizou ainda os discursos dos representantes do governo em relação à atuação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como embaixador do etanol no primeiro governo dele. Se (o atual governo) tivesse feito menos propaganda e mais governança, hoje não estaria essa situação, disse.
Para a ex-ministra do Meio Ambiente, a crise do setor mostra que há a descrença dos que acreditaram no governo e procuraram produzir com responsabilidades social e ambiental, numa referência ao fato de o etanol ser considerado um combustível renovável. Entre as ações, Marina citou a mecanização da colheita da cana, com praticamente o fim da colheita manual, além do treinamento dado aos ex-cortadores para assumirem outras funções. Olha o prêmio que receberam. O incentivo a uma matriz energética suja.
A candidata considerou o petróleo ainda como um mal necessário mas defendeu a saída da idade do petróleo com a busca de outras fontes de suprimento de energia que asseguram o desenvolvimento econômico social sem prejudicar a vida, neste caso, o etanol. Assumo compromisso que essa é fonte de geração de energia e deve ser estimulada, afirmou.