Acabou chorare, ficou tudo lindo. Ao menos para algumas pessoas, isso poderá ser verdade. É que uma das maiores empresas de telefonia do Japão irá lançar em breve no mercado o primeiro robô doméstico para fazer companhia às pessoas em casa. Chamado Pepper, o robô já está disponível nas lojas japonesas para os consumidores testarem.

Com cerca de 1,2 metros de altura e 28 quilos de peso, o Pepper é fruto da parceria entre a SoftBank e Aldebaran, empresa francesa considerada líder mundial em robôs humanóides. Segundo seu inventor, Kaname Hayashi, a ideia é que o Pepper seja um robô companheiro. Ou seja, nada de passar, lavar e varrer.

A ideia dos japoneses é que chegou o momento de se investir nos robôs de casa, com aparência mais amigável. E o Pepper, para garantir movimentos mais suaves, vem carregado de equipamentos, como câmeras, sensores laser e em 3D, giroscópio e 20 motores.

Diferentemente de alguns robôs que já existem, o Peper não tem pernas, ou seja, não é capaz de subir uma escada ou ultrapassar um degrau, o que acaba gerando uma economia de energia, possibilitando que a sua bateria dure até 12 horas.

O robô ainda é capaz de compreender até 1 milhão de palavras e está equipado com a mais recente tecnologia de reconhecimento de voz, de leitura de gestos e de emoções através da análise de expressão e tons de voz. Estas leituras são feitas por sensores e funções de reconhecimento de emoções. O robô pode ainda adquirir vários tipos de informação e sincronizar-se com bases de dados em cloud (nuvem) através da conexão à Internet.

Por enquanto, as pessoas podem apenas testar o robô. A ideia é que o Pepper esteja disponível no mercado a partir de fevereiro do ano que vem, no Japão, por cerca de 198 mil ienes (cerca de R$ 4,3 mil).

Suícidios no Japão e a solidão

A invenção do Pepper pode acabar sendo uma boa para os japoneses. O país possui uma das maiores taxas de suicídio do mundo. Em 2009, segundo o governo japonês, mais de mais de 32 mil pessoas se mataram, o que custou quase US$ 32 bilhões à economia do país (valor referente aos salários que as pessoas deixaram de receber até a aposentadoria, o salário-desemprego pago a essas pessoas, o tratamento médico e outros benefícios sociais). 

Embora a solidão não seja o maior causador dessas tragédias no país (segundo as autoridades, a perda de emprego e a má situação financeira são os maiores problemas), ela é, em todo o mundo, um grande problema. No Brasil, por exemplo, o cantor Chorão, do Charlie Brow Jr., pegou todos de surpresa ao ser encontrado morto. Segundo sua prima, a apresentadora Sônia Abrão, o músico reclamava frequentemente de sentir-se muito só e que estava passando por uma depressão profunda.

A solidão por si só é um sentimento, mas, caso se torne permanente e contínuo na vida de alguém, pode virar uma doença, assim como a depressão, esclareceu recentemente a psicóloga Simone Freitas, da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, em entrevista ao site Bolsa de Mulher.