SEVERINO MOTTA BRASÍLIA, DF – O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou parecer ao STF (Supremo Tribunal Federal) pedindo o arquivamento do inquérito que corre na corte para investigar o deputado Gabriel Chalita (PMDB-SP). De acordo com Janot, o analista de sistemas Roberto Grobman, que fez acusações contra o deputado, não foi encontrado para depor no processo que corre no Supremo.

No início do ano a Folha de S.Paulo revelou que Grobman, em depoimentos ao Ministério Público de São Paulo, afirmou que despesas de Chalita eram pagas por empresas que mantinham contratos com a secretaria de Educação paulista no período em que o parlamentar comandava a pasta.

O procurador ainda explicou que as outras pessoas que figuram no processo deram depoimentos favoráveis à Chalita e que o ministro do Supremo Teori Zavascki não autorizou a quebra de sigilos bancários e fiscais do político. Sem o testemunho do acusador e sem dados bancários, Janot informou ao Supremo que não possui provas para justificar o seguimento das investigações. Por isso, pediu que o inquérito contra Chalita seja arquivado. Com a posição do Ministério Público, Teori deve promover o arquivamento definitivo das investigações nos próximos dias.

INFILTRADOS

As acusações de Grobman contra Chalita foram reveladas pela Folha de S.Paulo em fevereiro. O analista de sistema disse ter sido contratado na Secretaria de Educação como assessor especial de Chalita pelo empresário Chaim Zaher, dono do grupo COC, que fornecia software educacional para o governo. Segundo Grobman, Zaher pagava despesas de Chalita em troca de contratos com a secretaria da Educação. O empresário nega enfaticamente que tenha bancado o então secretário para conseguir novos negócios. Chalita e seus advogados sempre negaram as acusações.