PAULO PEIXOTO BELO HORIZONTE, MG – Com a candidatura do PSDB ameaçada no plano nacional e também em Minas Gerais, onde o PT lidera, Andréa Neves, irmã do presidenciável tucano Aécio Neves, vai agora se dedicar mais à campanha mineira. O sinal amarelo acendeu no ninho tucano e, a partir de agora, inicia-se uma operação na campanha de Pimenta da Veiga, candidato ao governo estadual, com o principal propósito de salvar a imagem política de Aécio. A entrada da presidenciável Marina Silva (PSB) na corrida ao Planalto tem tirado pontos de Aécio até em Minas, a ponto de já ameaçar a liderança dele no Estado – segundo o Ibope, Aécio está empatado tecnicamente no Estado com a presidente Dilma Rousseff (PT): 34% a 31%, respectivamente. Antes ele tinha 41%. O pior dos mundos para Aécio seria não ir para o segundo turno e perder o poder em Minas, onde o PSDB governa há quase 12 anos. O PT, cujo candidato é o ex-ministro Fernando Pimentel, lidera em intenções de voto com mais de dez pontos de frente, conforme indicam as pesquisas. Essa situação vem se mantendo desde antes do início do horário eleitoral. Além de Andréa Neves, que estava mais dedicada à campanha ao Planalto, o secretário licenciado de Governo, Danilo de Castro (PSDB), tido como o principal articulador do dito “varejo político”, principalmente com prefeitos e lideranças municipais, assumirá mais as rédeas da campanha. O papel principal da irmã de Aécio será ajustar a comunicação da campanha. Há um sentimento entre os tucanos e aliados de que Pimenta não tem conseguido representar para o eleitor a ideia de continuidade de gestões bem avaliadas. APOIO NOS MUNICÍPIOS Na próxima semana, Aécio irá a Minas para participar de encontros com prefeitos em BH e em Uberlândia. Esse encontro já faz parte dessa nova mobilização, em que a disputa pelo apoio de líderes municipais deverá se acentuar. O PT montou uma equipe com cerca de 250 pessoas que são encarregadas dos contatos municipais. Elas têm ido ao encontro de prefeitos e outras referências locais, inclusive do campo do adversário, em busca de contatos. Coordenadores desse grupo da campanha de Pimentel dizem que os prefeitos têm passado para eles, sem nenhuma restrição, as listas dos seus contatos políticos. Por meio dessas listas, os petistas vão multiplicando suas ações pelo interior de Minas. Há casos de defecções dos dois lados. Há cinco dias, a Executiva do PMDB aprovou resolução que permite identificar e abrir processo de expulsão contra os prefeitos que apoiarem o tucano Pimenta. O PMDB está coligado ao PT em Minas. Processo para expulsar o prefeito de Teófilo Otoni, Getúlio Neiva, que apoia o PSDB, já foi instaurado pelo partido. No PR, que está coligado com o PSDB, o deputado federal Bernardo Santana (PR) mudou de lado e foi apoiar Pimentel. Ele não disputa a reeleição. O PSDB, contudo, considera ser uma atitude “isolada”, já que o pai do deputado, o ex-deputado José Santana, e o irmão Gustavo Santana continuam vinculados. O pai participa do conselho político da campanha de Pimenta. O irmão é candidato a deputado estadual pela coligação.