SÃO PAULO, SP – A presidente Dilma Rousseff (PT) subiu o tom nas críticas à adversária na corrida presidencial Marina Silva (PSB), e afirmou, no debate promovido por Folha, UOL, SBT e Jovem Pan nesta segunda-feira (1º), que não é possível governar “só com frases de efeito”.
“O maior risco que uma pessoa pode correr é não se comprometer com nada. Só ter frases de efeito, frases genéricas, você tem que explicar o que vai fazer, dizer de onde vai vir o dinheiro”, disparou a petista.
Dilma tentou fazer uma contraposição entre suas políticas econômicas e as promessas de Marina, reprisando discurso do “nós” e “eles” que a petista utilizava com o candidato do PSDB, Aécio Neves.
“Há uma contradição sim em querer uma política macroeconômica atrelada a interesses como os de aumentar tarifas, arrocho de empregos”, disse.
“Não cabe, o cobertor é curto. Não se resolve isso com boas palavras ou boa intenção.”
“Sem apoio político, sem negociação, a senhora não conseguir apoiar os grandes projetos do Brasil. Sem apoio no Congresso, não é possível assegurar um governo estável, sem crises institucionais”, afirmou Dilma.
E completou fazendo alusão a promessa de Marina de governar “com as melhores cabeças”: “Não somos nós os presidentes quem escolhe os bons, são os brasileiros, por eleição direta”.
CASAMENTO GAY
Marina Silva também foi confrontada por Luciana Genro (PSOL), que a questionou sobre mudança em suas propostas de governo para a comunidade LGBT.
Foram eliminados trechos em que a presidenciável se comprometia com a aprovação da lei de identidade de gênero – que permite alteração de nome e sexo na documentação – e em articular no Congresso a aprovação de leis que criminalizam a homofobia e regulamentam o casamento gay.
“Não durou quatro tweets sua política para casamento igualitário”, disse Luciana, em referência a críticas feitas pelo pastor Silas Malafaia na internet.
Marina repetiu discurso de que a mudança ocorreu “em função de um erro da equipe de campanha”.
“Nós defendemos as liberdades individuais e qualquer forma de discriminação a quem quer que seja”, afirmou a Marina.