BUENOS AIRES, ARGENTINA – O ministro das Relações Exteriores da Argentina, Hector Timerman, convocou um diplomata norte-americano ao seu escritório e disse que poderia tomar “as mais severas ações previstas na Convenção de Viena”.
O motivo da irritação de Timerman foi uma entrevista que Kevin Sullivan, encarregado de negócios na embaixada dos EUA em Buenos Aires, deu ao jornal “Clarín”. O diário faz oposição ao governo de Cristina.
Apesar de um comunicado divulgado pelo ministério após a conversa não ter deixado explícito, a fala do ministro foi uma ameaça de expulsão do país.
Na entrevista ao “Clarín”, o americano aconselhou a Argentina a acertar sua dívida com os fundos.
Além disso, afirmou que os Estados Unidos não apoiaram o país em votação contra os fundos “abutres” em uma assembleia da ONU porque esse não é o órgão adequado para discutir a questão.
COMUNICADO
Em comunicado intitulado “Argentina manifestou seu profundo mal estar pelas declarações à imprensa do encarregado de negócios dos EUA”, divulgado após o encontro entre os dois, o ministério informa que Timerman “rechaçou energicamente” as declarações “impróprias” do americano.
Em seguida, diz que a Argentina tem depositado o dinheiro correspondente ao pagamento dos vencimentos de suas dívidas.
Por fim, o ministério afirma que “se esse tipo de intromissão em assuntos internos se repetir, serão adotadas as mais severas medidas estipuladas na Convenção de Viena sobre a conduta de representantes diplomáticos”.