SÃO PAULO, SP – Em debate promovido pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) na noite desta terça-feira (16), o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, voltou a criticar a presidente Dilma Rousseff (PT) pelas recentes denúncias de irregularidades que envolvem a Petrobras. O tucano –que vem chamando as denúncias relativas à estatal de “mensalão 2”– cobrou da candidata à reeleição um “pedido de desculpas”.
“Uma outra denúncia [envolvendo a Petrobras] fez com que o mensalão parecesse coisa pequena. […] Quem não tem condições de administrar nossa maior empresa não tem condições de ser presidente da República”, atacou o tucano.
Em terceiro nas pesquisas, Aécio viu seu nome subir no levantamento de intenções de voto divulgado pelo Ibope nesta terça-feira, dias após vazar a informação de que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa citou políticos supostamente beneficiados pelo esquema de corrupção na estatal. A denúncia do ex-diretor tem sido usada como munição diária para os ataques do candidato do PSDB contra o governo.
Citada pelo tucano, Dilma obteve um direito de resposta da CNBB, e rebateu os ataques do adversário, destacando as ações do governo federal para combater irregularidades.
“Sempre tive tolerância zero com corrupção. No caso da Petrobras, quero lembrar o candidato Aécio que quem investigou foi um órgão do governo. (…) Nós fortalecemos a Polícia Federal, criamos o Portal da Transparência. Nunca escolhemos um ‘engavetador’ geral da República. E se hoje se descobrem atos ilícitos é porque nós investigamos”, afirmou.
CRÍTICAS AO PSDB
A discussão em torno dos recentes escândalos de corrupção esquentou o debate, até então morno. Embora tenha iniciado o confronto sobre o tema, Aécio e seu partido, o PSDB, não ficaram ilesos de críticas.
A presidenciável do PSOL, Luciana Genro, ironizou a declaração do ex-governador mineiro sobre o “mensalão dois”, e acusou o partido do adversário de ter sido precursor do esquema de compra de votos no Legislativo.
“O senhor fala como se o governo do PSDB nunca tivesse havido corrupção. Quando sabemos que o PSDB foi o precursor do mensalão, com seu conterrâneo, o Eduardo Azeredo [ex-deputado federal pelo PSDB]. E o PT deu continuidade a esse comportamento”, acusou a candidata.
“Também, é publico e notório o processo de corrupção nas empresas públicas que foram privatizadas, a privataria tucana. O senhor falando do PT é como o sujo falando do mal lavado”, completou a presidenciável do PSOL.
Ela lembrou ainda que o governo de Minas gastou dinheiro público para construir um aeroporto em uma fazenda de um parente do ex-governador.
“O senhor foi protagonista do escândalo do aeroporto, quando o senhor utilizou dinheiro público para construir um aeroporto na chácara da sua família. É realmente escandaloso”, disse.
Aécio rebateu, acusando o PSOL de ser “auxiliar do PT”, ao que a presidenciável do PSOL rebateu: “com todo o respeito, auxiliar do PT é uma ova.”
Além de Luciana Genro, Aécio Neves e da presidente Dilma Rousseff, participaram do debate outros cinco presidenciáveis: Marina Silva (PSB), Eduardo Jorge (PV), José Maria Eymael (PSDC), Levy Fidelix (PRTB) e Pastor Everaldo (PSC).