Não está fácil a vida dos boêmios. É que sair na noite curitibana e gastar pouco torna-se cada vez mais uma ilusão. Com o rejuste no preço das bebidas alcoólicas (15%), do gás (12%) e da energia elétrica (24,86%), restaurantes, bares e casas noturnas da Capital já se preparam para também subir o preço de seus produtos e serviços em até 20%. Essa alta, porém, pode ser um coquetel perigoso. É que o setor, segundo a Associação de Bares, Restaurantes e Casas Noturnas do Paraná (Abrabar), registrou em 2014 um de seus piores invernos da historia, com queda de cerca de 30% na comparação com o ano passado.
Para não assustar os consumidores, o aumento dos preços deverá ser feito aos poucos, segundo informou o  presidente da Abrabar, Fabio Aguayo. O gás subiu, a energia subiu. Algumas cervejarias aumentaram até 28%. A preocupação agora é que, se subirmos o preço, o próprio negócio pode se tornar inviável. Então devemos segurar os preços na primavera até onde der e quem conseguir. Já em dezembro, quando tem a alta nas compras e começa o verão, a maioria deve aumentar o preço, confirma.

Nem mesmo a Copa do Mundo e os diversos turistas que visitaram a Capital foram capazes de segurar a retração. O momento que vive o setor, segundo Aguayo, é crítico, com muitas incertezas sobre como será e reagirá a economia do país no ano que vem. Por isso, a Abrabar deve lançar em breve algumas novidades, entre elas um Festival de Caldos. A ideia é não onerar os empresários e ao mesmo tempo atrair o público.
Na Copa do Mundo, quem investiu em promoções, marketing e novidades, conseguiu trabalhar bem, mas ainda assim foi muito aquém do esperado. Desde a Copa até agora, a nossa média de perda está em 30%, 40%, afirma. Tivemos um dos piores invernos da nossa história. O cenário não é dos melhores, mas temos de fazer melhorar. Teremos de nos sacrificar. Mas somos otimistas, o cenário pode estar nebuloso, mas temos de alegrar o povo. É hora de criatividade, afirma.