Ídolos teen contradizem a máxima de que uma biografia surge quando a personalidade em questão já possui uma trajetória artística de longa data. Culpa dos escândalos. Polêmicas diversas em vidas regadas a drogas e problemas psicológicos fazem com que cantores como Justin Bieber, Demi Lovato ou Miley Cyrus ganhem biografias precoces. Biografias, claro, regadas de ocorrências. Tantas que é de se perguntar se eles fazem sucesso por causa do talento ou por causa das polêmicas.

Miley Cyrus, que se apresentou na sexta-feira em São Paulo e ontem no Rio, com a turnê Bangerz, tem 21 anos. No recém-lançado Miley Cyrus – A Biografia, a escritora Sarah Oliver descreve a eterna Hannah Montana como uma menina doce, religiosa, mas, ao mesmo tempo, rebelde e severamente reprimida.

Ocorrências? Sim. A possivelmente mais antiga delas: Miley foi expulsa do colégio porque ensinou às colegas o que era um beijo de língua. A mais recente: na semana passada, em show no México, um de seus dançarinos chicoteou a cantora com a bandeira mexicana no dia da independência do país. No meio delas: ela comemorou o aniversário do ex-namorado, o ator Liam Hemsworth (Jogos Vorazes), lambendo um bolo em formato de pênis. Subiu ao palco do EMA com um cigarro de maconha nas mãos. E a apologia ao sexo.

Miley não é a única a ter uma biografia precoce. Aos 16 anos, o garoto-problema Justin Bieber, hoje com 20, já tinha vários livros que relatavam sua ascensão meteórica. Em Justin Bieber – Fama, Fé e Coração, o cantor canadense é descrito como um garoto que ama Deus.

Isso, claro, apesar dos inúmeros problemas comportamentais. Só no Brasil, ele chegou a ser autuado por pichar um muro, saiu camuflado de uma boate erótica, e abandonou o palco durante um show ao ser atingido por uma garrafa de água. Nos Estados Unidos, onde ele mora, uma petição para deportá-lo para o Canadá alcançou um número de assinaturas suficiente para ser encaminhada à Casa Branca. Isso depois de ser detido por dirigir em alta velocidade.

A cantora Demi Lovato, de 22 anos, também fez sua estreia nas livrarias com Staying Strong: 365 Days a Year. O livro é uma compilação de tuítes com mensagens positivas que ela escreveu ao longo de 12 meses, período durante o qual se recuperava da dependência de drogas.

A autobiografia serve como redenção para a estrela teen americana que sempre esteve metida em polêmicas. Demi confessou seu envolvimento com drogas no passado, declarando que chegou ao ponto de esconder cocaína em aviões para utilizar durante viagens. “Eu não podia fazer voos de 30 minutos a uma hora sem pó”, disse. Ex-companheira de Miley Cyrus nas épocas de Disney, Demi também afirmou que praticava a automutilação na adolescência. Mais um caso em que os escândalos ganham mais repercussão que as músicas cantadas.