O País do Futuro está envelhecendo. Nos últimos 50 anos, o número de indivíduos com mais de 60 anos no Brasil cresceu mais de 700%, passando de 3 milhões para 22,9 milhões (11,34% da população). Somente no Paraná, os idosos correspondem a cerca de 12% da população, o que significa que são 1,3 milhão de idosos no Estado. Entretanto, o número de profissionais para atender essa população ainda é escasso. Segundo o Conselho Regional de Medicina (CRM-PR), o Paraná conta hoje com apenas 91 geriatras, ou seja, para cada médico especializado existem 14,2 mil idosos. Hoje é o Dia do Idoso.
Na visão da própria Secretaria da Saúde, em uma tese/texto assinado em conjunto com o Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Paraná (Cosems-PR) e a Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficientes do Estado do Paraná (Femipa), o cenário atual no Estado do Paraná é de rápido envelhecimento populacional e escassez de recursos humanos e estruturais especializadas para o atendimento da população idosa, que recebe ainda abordagem curativa tradicional.

Para geriatra Débora de Alcântara, presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia – Seção Paraná (SBGG-PR), junto com a escasses de profissionais para atender o público idoso, há ainda a falta de informação por parte dos pacientes e de suas famílias sobre a existência do geriatra, um profissional que, diferentemente de outras especialidades, não se dedica a um órgão ou sistema, mas ao indivíduo como um todo.
Faltam geriatras no Paraná, principalmente por conta do aumento da expectativa de vida e do crescimento da população idosa, afirma a médica, que acredita que o Paraná, assim como o Brasil como um todo, não está preparado para atender o idoso. Mas por outro lado, as pessoas ainda não se deram conta de que o idoso precisa de um geriatra. Então eles procuram um cardiologista, um clínico geral, complementa. A estimativa da Sociedade Brasileira de Geriatria é de que sejam apenas mil os profissioanis especializados na área.

A geriatria, inclusive, é uma especialidade relativamente recente. Há cerca de 50 anos, pouco se falava sobre o envelhecimento e era muito raro uma pessoas chegar aos 90 anos de vida. A lógica, porém, se inverteu. A taxa de fecundidade no Brasil, que em 2000 era de 2,39, caiu para 1,77 no ano passado. No Paraná, a taxa deverá chegar a 1,45 até 2030. Concomitantemente, a expectativa de vida dos paranaenses passou de 64,01 em 1980 para 75,26 anos, segundo o IBGE.
Programação — O Hospital Zilda Arns programou, até sábado, apresentações para pacientes, acompanhantes e familiares para comemorar o Dia Internacional do Idoso. Hoje, o público interno, convidados e comunidade poderão acompanhar, às 9h30, a apresentação do Coro da Camerata Antiqua de Curitiba.
Ainda hoje, a direção do hospital fará a abertura oficial das comemorações e, às 15 horas, os pacientes receberão a visita do projeto Amigo Bicho, recebendo o carinho de cães do projeto. Neste dia, a cozinha hospitalar oferecerá um cardápio especial para pacientes e funcionários.
Durante toda a semana haverá apresentação de coral, atividades lúdicas com música e contação de histórias. Neste ano, uma das novidades da programação é o Concurso de Fotografia Amo muito esse idoso. A iniciativa é um convite para que funcionários cliquem seus familiares idosos e retratem momentos de carinho entre eles e seus avós, pais ou tios.

Números da 3ª idade

Brasil
22,9 milhões

Paraná
1,3 milhão

Curitiba
200 mil

População com mais de 40 anos no Brasil
75,7 milhões

Crianças e adolescentes
62,3 milhões

Hoje, os idosos representam mais de 20% dos internamentos hospitalares gerados pelo SUS