JEFERSON BERTOLINI FLORIANÓPOLIS, SC – Após a sexta noite seguida de ataques, Santa Catarina já registrou 52 ações criminosas em 20 cidades do Estado. Ônibus incendiados e disparos contra prédios da polícia e agentes da segurança pública são as ocorrências mais comuns.

Segundo balanço divulgado pela Polícia Militar, entre quarta à noite (1º) e 9 horas desta quinta-feira (2), houve novos ataques nas cidades de São Francisco do Sul, Balneário Rincão, Camboriú, Itajaí (todas no litoral) e Blumenau, no interior. Desde sexta-feira (26), a onda de violência tem interrompido o transporte coletivo à noite e já causou três mortes (um agente penitenciário aposentado e dois suspeitos).

O governo atribui os ataques a facções do crime organizado, como o PGC (Primeiro Grupo Catarinense), e diz que já identificou alguns líderes das ações. Na madrugada desta quinta, criminosos deram cinco tiros contra o centro administrativo do governo do Estado, em Florianópolis, atingindo uma guarita de segurança e não ferindo ninguém.

O comando estadual da corporação informou que os disparos contra a sede do governo foram dados às 2h14 por dois ocupantes de uma moto. “No momento do fato um policial militar estava no local, mas não foi atingido por nenhum disparo”, informou a Polícia Militar em relatório enviado à imprensa.

A sede do governo fica em uma área pouco habitada às margens da SC-401, que leva a praias do norte da ilha, como Canasvieiras e Jurerê Internacional. O governo do Estado não comentou o ataque. Ninguém foi preso.

AGENTE PRISIONAL

Durante a madrugada, criminosos também atacaram a casa de um agente prisional terceirizado que trabalha na penitenciária de Florianópolis. Ele contou à polícia que quatro homens vestidos com roupas pretas “jogaram uma pedra na janela de casa” e que, ao sair para ver o que estava acontecendo, o grupo atirou duas vezes sem acertar ninguém.

O secretário estadual da Segurança Pública, Cesar Grubba, disse na quarta-feira que equipes de investigação já identificaram “dentro e fora do sistema prisional” suspeitos de determinar os ataques, e que pedirá a transferência deles a penitenciária federais.