As negociações com os presos rebelados na Penitenciária Industrial de Guarapuava, retomadas às 7 horas da manhã desta terça-feira, 14, avançaram nestas últimas horas. De acordo com aSecretaria de Estado da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju), o Departamento Penintenciário (Depen) já tem em mãos a lista de reivindicações dos presos que incluem a transferência para outras unidade fora do Paraná.

Ainda segundo a Seju, no momentos os pedidos passa por uma avaliação para saber quais podem ser atendidos e a que tempo.

Os 12 agentes penitenciários e o grupo de presos continuam refens dos rebelados. A rebelião já dura quase 24 horas e é a 21ª no sistema penitenciário do Paraná desde dezembro de 2013.

A rebelião começou perto das 11h30, na fábrica da unidade prisional. Treze agentes foram rendidos no momento em que distribuíam o almoço aos detentos, que usaram tesouras, estoques e outros materiais para dar início ao motim.

Na prisão, sapatos, botinas e luvas são fabricados pelos presos. Cerca de 80 detentos – dos 239 do presídio – participam da rebelião. A unidade tem capacidade para 240 presos.

No final da tarde, um agente carcerário acabou liberado depois de passar mal com a cola que os presos colocaram no corpo dele e dois detentos foram jogados do telhado do presídio. Outros 11 presos que eram mantidos reféns pularam do telhado para escapar. Os ferimentos de todos foram leves.

Desde o começo da revolta, alguns dos presos reféns foram amarrados seminus no telhado do presídio. Também foi ateado fogo no edifício fabril e outras galerias foram danificadas.

Policiais da tropa de choque da PM e do Batalhão de Operações Especiais (Bope) deram início às negociações por volta das 17 horas. “As reivindicações são muito vagas, não são objetivas. Alguns pedem transferência, outros falam em melhor tratamento”, conta a vice presidente do Sindarspen, Petruska Sviercoski, que acompanha o desenrolar do motim na frente da penitenciária. Do lado de fora, familiares de agentes e presos aguardam informações sobre a rebelião. O fornecimento de luz e água das galerias ocupadas pelos rebelados foi suspenso.

Há a informação de que a rebelião na Penitenciária de Guarapuava teria sido orquestrada por um grupo de presos transferido da Penitenciária Estadual de Cascavel e do Complexo Penitenciário de Piraquara, após rebeliões ocorridas nas unidades. De acordo com a Seju, se for confirmada essa participação, os presos reincidentes serão transferidos para o regime de segurança máxima federal.

Atualizada às 11h11