SÃO PAULO, SP – O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, vai apontar o ex-assessor da Casa Branca Ron Klain para coordenar os esforços do país contra a epidemia de ebola, segundo a CNN. Obama havia anunciado na quinta (16) a possibilidade de nomear um responsável e descartou o veto a voos dos países afetados da África Ocidental. “Não tenho nenhuma objeção filosófica à proibição dos voos se isso servisse para garantir a segurança dos americanos, mas o que me dizem os especialistas é que essa ação seria menos efetiva que as medidas que estamos tomando”, disse Obama aos jornalistas na Casa Branca. Os EUA passaram a checar os passageiros vindos de voos da África Ocidental nos aeroportos em busca de sintomas de ebola. Os congressistas republicanos pedem ao presidente que suspenda temporariamente os voos com origem nos países mais afetados pela doença depois do contágio de duas das enfermeiras que atenderam um paciente contaminado no Texas. O liberiano Thomas Eric Duncan chegou aos EUA portando o vírus e acabou morrendo. “Se proibimos as viagens, é possível que algumas pessoas tendam a esconder informação para poder vir aos Estados Unidos”, explicou. O presidente disse compreender “o medo e a preocupação” gerado por uma doença como o ebola, mas se esforçou em ressaltar que o mais efetivo para proteger os americanos é conter a epidemia em sua “origem”, ou seja, nos países da África Ocidental. Obama ressaltou que o risco que um cidadão comum se contagie com a doença nos Estados Unidos é “extraordinariamente baixo”, mas admitiu que seu governo deve conseguir que os trabalhadores sanitários se sintam seguros em seu trabalho e estejam preparados para tratar o ebola sem riscos. A epidemia, que castiga principalmente Libéria, Serra Leoa e Guiné, já causou 4.447 mortes e infectou 8.914 pessoas, segundo os últimos dados da OMS (Organização Mundial da Saúde). ENVIO DE SOLDADOS Obama autorizou mobilização dos membros da Guarda Nacional e reservistas para ajudar nos trabalhos de combate contra o vírus do ebola na África Ocidental. Estas tropas, afirmou Obama, “aumentariam as forças ativas em respaldo da Operação Assistência Unida, oferecendo assistência humanitária e gestão de recursos relacionados com o vírus do ebola na região da África Ocidental”. Embora Obama não tenha detalhado o número, os meios de comunicação americanos anteciparam que o objetivo desta mobilização seria construir 17 centros de tratamento do ebola, cada um com 100 camas, na Libéria. Semanas atrás, Obama anunciou o envio de cerca de quatro mil militares americanos em trabalhos logísticos, construção de laboratórios, centros de tratamento e treinamento de pessoal sanitário local.