SÃO PAULO, SP – Os combatentes da cidade curda de Kobani, na Síria, que lutam contra extremistas do Estado Islâmico, receberam mais armas e terão reforços de combatentes curdos do Iraque, ajudados pela Turquia e pelos Estados Unidos. O governo da Turquia adotou medidas para ajudar os combatentes curdos do Iraque a chegar, através de seu território, à Kobani, anunciou nesta segunda-feira (20) o ministro turco das Relações Exteriores, Mevul Cavusoglu. “Ajudamos as forças dos peshmergas [combatentes curdos do Iraque] a atravessar a fronteira para seguir até Kobani. Nossas conversações sobre o tema continuam”, declarou Cavusoglu em uma entrevista coletiva ao lado do colega tunisiano, Mongi Hamdi, sem revelar mais detalhes. Além disso, aviões militares americanos lançaram armas, munição e ajuda médica para as forças curdas que lutam contra o EI na noite de domingo (19), segundo o Comando Central Americano para o Oriente Médio (Centcom). Um avião C-130 realizou vários lançamentos para entregar o material enviado por autoridades curdas iraquianas com o objetivo “de apoiar a resistência ante as tentativas do Estado Islâmico de tomar Kobani”, afirma um comunicado do Centcom. Redur Xelil, porta-voz das Unidades de Proteção do Povo (YPG, principal milícia curda na Síria), confirmou a entrega das armas e disse acreditar que os combatentes receberão ajuda adicional. “A ajuda militar lançada pelos aviões americanos durante o amanhecer sobre Kobani foi boa e agradecemos os Estados Unidos pelo apoio”, disse. “Terá um impacto positivo nas operações militares contra o Estado Islâmico e esperamos receber mais”, completou. Xelil não revelou o tipo de armamento repassado e se limitou a afirmar que existe uma “coordenação” entre as autoridades americanas e as forças das YPG sobre a entrega, sem divulgar detalhes. O governo dos Estados Unidos e seus aliados ocidentais pressionam a Turquia para obter um envolvimento maior de Ancara na luta contra os combatentes do EI. O presidente turco, Recep Erdogan, rejeitou os apelos para que seu país arme as YPG, que ele considera um grupo terrorista, já que a organização mantém vínculos com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) turco, que há 30 anos lidera um movimento de insurgência no sudeste do país. Ainda segundo o Centcom, houve 135 ataques aéreos da coalizão liderada pelos EUA nos últimos dias, o que, juntamente com a resistência curda em terra, ajudou a deter o avanço dos extremistas. O EI controla atualmente metade de Kobani.