SÃO PAULO, SP – A mãe do homem identificado como o atirador de Ottawa disse à Associated Press que chora pelas vítimas do ataque, e não por seu filho.
Em uma curta ligação nesta quinta-feira (23), Susan Bibeau disse não saber o que dizer àqueles que ficaram feridos. “É possível explicar algo assim?”, indagou. “Sentimos muito.”
Autoridades identificaram o atirador como Michael Zehaf-Bibeau, que acabou morto dentro do Parlamento por Kevin Vickers, chefe de segurança local.
Nos ataques de quarta (22), o atirador matou Nathan Cirillo, soldado que fazia a guarda do Memorial Nacional de Guerra, antes de invadir o Parlamento, onde ao menos 30 disparos foram ouvidos. Ao menos três pessoas ficaram feridas.
Com temores de que outro atirador estivesse à solta, o centro da capital canadense foi fechado por causa dos ataques, o segundo incidente do tipo em três dias no país. Na segunda (20), dois soldados foram atropelados por um homem convertido ao islã em Quebec. Um deles morreu.
Nesta quinta, porém, os investigadores reconheceram que só havia um atirador, mas forneceram poucas informações sobre Zehaf-Bibeau, 32.
Os ataques, descritos pelo primeiro-ministro Stephen Harper como “terroristas”, assustaram os canadenses e aumentaram as preocupações de que o país está sendo alvo de represálias por participar da campanha aérea liderada pelos EUA contra a facção Estado Islâmico no Iraque e na Síria.
Segundo duas autoridades dos EUA, as agências norte-americanas receberam a informação de que o homem, nascido como Michael Joseph Hall, converteu-se ao islã -o que explica a mudança de nome. Uma fonte citada pela agência Reuters afirmou que o suspeito foi criado em Quebec.
Autoridades canadenses o consideravam um “viajante de alto risco”. Por causa disso, seu passaporte foi confiscado, disseram os jornais “The Globe” e “Mail”.
Segundo o “Global News”, o nome de Zehaf-Bibeau aparece três vezes nas bases de dados judiciais de Montreal depois de prisões por posse de maconha e da droga PCP (fenilciclidina), em 2004.