ÉDER FANTONI
SÃO PAULO, SP – O paulista Gabriel Medina, 20, depende apenas de si para se tornar o primeiro brasileiro campeão mundial de surfe. No entanto, caso fracasse, ele espera contar com a ajuda de seus compatriotas na última etapa do campeonato, que será disputa no Havaí, entre os dias 8 e 20 de dezembro.
Medina lidera o ranking do Mundial com 56.550 pontos. O australiano Mick Fanning (53.100) está em segundo, seguido pelo americano Kelly Slater (50.050).
“O surfe é um esporte muito individual. Então, claro que, se eles [os brasileiros] tiverem uma bateria contra Slater e Fanning, eles vão tentar dar o melhor deles”, disse Medina.
Para ser campeão no Havaí sem depender de outro resultado, o brasileiro vai precisar chegar pelo menos até a final. Se cair nas quartas, ele é campeão se Fanning não vencer a etapa. Slater sai da briga pelo título se o brasileiro avançar à quarta rodada.
O Brasil conta com outros seis surfistas no circuito mundial: Adriano de Souza, Miguel Pupo, Filipe Toledo, Jadson André, Alejo Muniz e Raoni Monteiro. Depois de Medina, o melhor colocado é Adriano, o Mineirinho, que tem 42.250 pontos e está em oitavo.
Por enquanto, entre os brasileiros, só Medina conseguiu vencer nesta temporada. Ele ganhou na Austrália, em Fiji e no Taiti.
Apesar dos flashes que o cercam, o paulista de São Sebastião, no litoral paulista, diz não sentir a pressão pela conquista do título.
“Eu tive ótimos resultados esse ano, podia estar numa situação melhor, mas eu não me sinto pressionado. Eu vou ir para ganhar. Vou focar no meu trabalho e não ficar pensando neles. Tenho uma oportunidade e não quero deixar escapar”, disse Medina.
Na última etapa, em Portugal, o brasileiro foi eliminado na terceira rodada. O surfista chegou a levar uma bronca da sua mãe porque saiu do mar antes do fim da sua bateria contra o americano Brett Simpson.
“Eu escutei que faltavam só 30 segundos, mas, na verdade, faltavam dois minutos e 30 segundos”, explicou Medina.