SÃO PAULO, SP – A temperatura do debate entre presidenciáveis nesta sexta-feira (24) subiu após uma sequência de embates sobre corrupção entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB). O tucano questionou a presidente sobre o mensalão e a condenação do ex-ministro José Dirceu (PT), e a petista rebateu dizendo que o mensalão mineiro, que envolve o ex-governador mineiro Eduardo Azeredo (PSDB), nunca foi investigado. Nesse clima, a plateia reagiu com aplausos e vaias às respostas dos candidatos, que levaram o apresentador William Bonner a repreender os presentes no estúdio. O apresentador fez reclamação sobre a gritaria na plateia com o olhar em Marcos Pereira, líder do PRB. Aécio disse que os eleitores irão às urnas sem saber o que Dilma pensa sobre o mensalão. Também afirmou que a presidente poderia ter investigado todas as suspeitas sobre o PSDB durante os anos de governo. Dilma respondeu dizendo que o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) deixou que o tempo para investigações passasse e que os casos fossem engavetados. A petista também afirmou que apenas o Ministério Público poderia desarquivar os processos. REFORMA POLÍTICA Apesar das trocas de acusações, o terceiro debate também teve momentos propositivos. A reforma política foi abordada pela primeira vez em debates nesse segundo turno. O tema foi uma das principais pautas das manifestações que ocorreram no país em junho de 2013. Aécio questionou Dilma sobre sua proposta de determinar o fim da reeleição. A presidente respondeu dizendo que, mais importante que a reeleição, a questão mais séria era o financiamento empresarial de campanhas. A petista também defendeu a paridade entre homens e mulheres nas eleições e o fim das coligações para eleições proporcionais. “O senhor não tem interesse na reforma política”, atacou Dilma. Na resposta, Aécio disse que a presidente “não tinha autoridade” para falar sobre o fim do financiamento privado, já que o PT arrecadou, em 2013, cerca de R$ 80 milhões de empresas. Além do fim da reeleição, o tucano também defendeu mandatos de cinco anos para cargos executivos e o voto distrital misto para a Câmara dos Deputados. “O financiamento empresarial coloca dentro das campanhas o fator econômico”, acrescentou a petista em sua tréplica.