SÃO PAULO, SP – O chefe regional do Estado Islâmico na cidade de Mossul, no norte do Iraque, Radwan Taleb al-Hamdouni, foi morto nesta quinta-feira (20) em um bombardeio da coalizão liderada pelos Estados Unidos, segundo o governo regional. As autoridades iraquianas afirmam que Hamdouni estava em um carro atingido pelo ataque aéreo no oeste da cidade. Ele era considerado pelo Estado Islâmico o governador de Mossul desde que a cidade foi invadida pelos extremistas, em junho. Segundo o comandante da Força de Libertação da província de Nínive, Khaled al-Hamdani, outras dezenas de combatentes da facção radical morreram na semana passada durante os bombardeios na região.

Moradores da região afirmam que o comandante miliciano de Mossul havia matado dezenas de policiais da cidade, além de impor a saída de milhares de famílias, incluindo grupos da minoria turcomena de três vilarejos próximos. Além disso, era considerado um dos mais importantes comandantes da milícia, encarregado pela administração dos combates e a preparação de planos bélicos da organização em território iraquiano, especialmente na fronteira com a Síria.

Nesta semana, a região iraquiana foi alvo de ataques aéreos da coalizão para tentar diminuir o poder do Estado Islâmico, com ênfase na área próxima à refinaria de Baiji, a maior do Iraque e que estava tomada pelos extremistas desde julho. Enquanto isso na Síria, os bombardeios atingiram e mataram dois líderes da Frente al-Nusra, milícia radical vinculada à rede terrorista Al Qaeda e que combate contra o regime do ditador Bashar al-Assad.

VÍDEO

Em meio aos ataques, o Estado Islâmico divulgou nesta quinta (19) um novo vídeo em que supostos combatentes franceses pedem que seus compatriotas islâmicos adiram ao grupo. Os extremistas jogam seus passaportes franceses e dizem renunciar à nacionalidade francesa. Em seguida, rodeados de mascarados, fazem ameaças diretas à França e incentivam os muçulmanos a praticarem ataques em solo francês. “O que esperam? Por que ainda não emigrou? Pode chegar um dia em que as fronteiras estarão fechadas e então só restarão as lágrimas e o lamento. O caminho até aqui é fácil”, diz um dos terroristas, identificado pelo pseudônimo de Abu Osama al-Faranci. Um segundo jihadista, com o pseudônimo de Abu Maryam al-Faranci, ameaça os franceses de que “o mero fato de ir ao mercado será para o terror”, e se queixa da dificuldade das muçulmanas usarem o “niqab” (véu integral) na França.

O terceiro, Abu Salman al-Faranci, convoca os muçulmanos a “não deixar (os franceses) dormir” e a utilizar “as armas e os carros, ou inclusive veneno” para atacar os “infiéis”. A França se encontra ainda impactada pela presença de dois de seus cidadãos, Maxime Hauchard e Mickael Dos Santos, no vídeo em que combatentes do EI decapitam o refém americano Peter Kassig e 18 soldados sírios. As autoridades calculam que há mais de 1.100 franceses vinculados com redes jihadistas, dos quais ao redor de 380 se encontram atualmente na Síria e no Iraque.