MONIQUE OLIVEIRA SÃO PAULO, SP – A aluna da Faculdade de Direito da USP Marina Ganzarolli, mestranda de estudos de gênero e legislação, disse, em audiência pública da Assembleia Legislativa de São Paulo nesta terça-feira (2), que sabe de outros casos de abuso sexual e estupro envolvendo alunos de outras instituições públicas do Brasil. Ela contou em depoimento ter recebido o telefonema de uma aluna da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo, antiga Escola Paulista de Medicina) que relatou ter sido estuprada nos jogos da universidade há três semanas. “Ela chegou a mim porque não tinha nenhum mecanismo dentro da universidade”, diz. “Conversei com ela longamente e disse que traria o caso à audiência”, relata. Mariana disse não poder dar detalhes sobre o caso, em respeito à aluna, mas afirmou ser emblemático de uma cultura em que as vítimas não têm espaço para denúncias – como os casos relatados por estudantes da Faculdade de Medicina da USP. Outro caso teria ocorrido há duas semanas na própria Faculdade de Direito da USP. Após um churrasco, uma aluna teria sido violentada próximo à faculdade, no centro de São Paulo, por um outro aluno. “Um taxista viu, chamou a polícia e a garota e o suspeito foram levados para a delegacia”. “Ela estava com a blusa levantada pelo aluno no momento, mas acabou saindo de lá com um boletim lavrado de atentado ao pudor”. Ela citou ainda o caso de um médico que teria dado um soco em uma aluna da Faculdade de Direito quando ela teria lhe negado um beijo. Também, segundo Marina, há muitos outros episódios de dentro de universidades que só estão sendo relatados agora. “Mas é uma cultura que vem de muitos anos”, diz.