LUDIMILA GONÇALVES
SÃO PAULO, SP – Integrantes da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade, movimento sem-terra liderado por José Rainha Júnior, invadiram na manhã deste sábado (13) usinas de álcool e fazendas no interior de São Paulo. Eles cobram mais investimentos do governo Dilma Rousseff (PT) na reforma agrária e protestam contra a indicação da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) ao Ministério da Agricultura.
As invasões começaram por volta das 7h e, segundo Rainha, os sem-terra só deixarão o local após a Justiça determinar a reintegração de posse. “A ideia é avançar mais nas ocupações”, disse Rainha, sem detalhar quais os próximos alvos do movimento.
Ao todo, segundo ele, 1.200 famílias ocupam as fazendas e usinas localizadas nas cidades de Quadra, Guareí, Itapetininga, Tatuí, Espírito Santo do Turvo, Regente Feijó, Presidente Venceslau e Dracena. Ainda de acordo com Rainha, todas as usinas invadidas estão falidas.
Entre as fazendas, está a Paiol, em Tatuí, que, segundo ele, foi invadida pelo movimento em agosto deste ano. Ele afirmou que os sem-terra já começaram a plantar no local.
A reportagem entrou em contato com a Usina Agrest, em Espírito Santo do Turvo, e quem atendeu foi o representante da Frente no local, Márcio Rodrigo Alves de Oliveira. De acordo com ele, cerca de 300 pessoas estão no assentamento. “Esse número vai aumentar”, disse.
Rainha disse que o movimento vai montar um acampamento na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, nesta segunda-feira (15), para protestar contra a indicação da senadora Kátia Abreu. “Estamos indignados com a presidente Dilma. Ela deu um tapa na cara dos movimentos sociais com essa indicação”, afirmou.
A reportagem não conseguiu localizar neste sábado os responsáveis pelas propriedades invadidas. A assessoria de imprensa da Polícia Militar confirmou que apenas um boletim de ocorrência relatando a invasão foi registrado, no município de Dracena, mas que a ação foi pacífica.