O número de empresas inadimplentes voltou a crescer no mês de novembro. De acordo com o indicador calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) a quantidade de empresas com contas em atraso registrou alta de 7,44% na comparação com novembro de 2013. A variação foi maior do que a apresentada em outubro de 2014 (6,23%). Já na passagem de outubro de 2014 para novembro do mesmo ano, sem ajuste sazonal, houve crescimento de 1,1% na quantidade de pessoas jurídicas inadimplentes. É a maior alta mensal desde abril deste ano.

Na avaliação da economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, a dificuldade dos empresários em manter em dia os compromissos financeiros em atraso está diretamente relacionada à inflação persistente, ao encarecimento do crédito e a estagnação da economia. “A piora da confiança dos empresários e o crescimento da inadimplência da pessoa física também são fatores que influenciam a deterioração da capacidade de pagamento das empresas”, destaca a economista.

Serviços e região sudeste lideram ranking

A abertura do indicador por ramo da economia mostra que as empresas do setor de serviços  foram as que mais atrasaram o pagamento de contas: alta de 11% na comparação entre novembro de 2014 com o mesmo mês de 2013.  A segunda maior alta ficou por conta das indústrias (6,93%), seguida por aquelas que pertencem ao comércio (6,32%) e também pelas empresas que formam o ramo da agricultura (3,16%).

As dívidas mais antigas, que venceram há um prazo entre três e cinco anos, apresentaram a maior variação: alta de 10,95% em relação a novembro de 2013. Já as dívidas atrasadas num período entre 181 e 360 dias mostraram o segundo maior crescimento, com variação positiva de 7,55%. Em seguida aparecem as pendências mais novas, atrasadas em até 90 dias, com alta de 7,53%.

O maior crescimento no número de empresas inadimplentes foi registrado pelo Sudeste, onde a quantidade de devedores cresceu 8,07%, seguido pelo Nordeste, cuja alta anual foi de 7,42%. A menor alta ficou por conta do Sul, cuja variação apresentada no período foi de 3,79%. As regiões Centro-Oeste e Norte apresentaram crescimento de 5,09% e 4,70%, respectivamente, na quantidade de empresas que não honraram compromissos financeiros. O Sudeste é a região que concentra a maior parte das pessoas jurídicas inadimplentes (43,81%), seguido pelo Nordeste (19,24%) e pelo Sul (17,17%).

Empresas devem para bancos e serviços

Dentre os setores credores, ou seja, aqueles que deixaram de receber os valores que lhes são devidos, o segmento de serviços, que engloba bancos e financeiras, é quem mais se destaca concentrando 71,78% do total de dívidas a receber.  A segunda maior participação no total pertence ao comércio (15,37%), seguido pela indústria (10,87%).

As dívidas mais antigas, que venceram há um prazo entre três e cinco anos, apresentaram a maior variação: alta de 9,98% em relação a novembro de 2013.