MARCEL MERGUIZO, ENVIADO ESPECIAL
LUSAIL, QATAR – Em 15 minutos contra Belarus, o ponta Fábio Chiuffa, 25, tinha marcado cinco dos oito gols do Brasil até aquele momento. Foi mais rápido em quadra do que fora, no exame antidoping ao qual foi submetido após a vitória brasileira.
Chiuffa ficou cerca de meia hora na salinha de coleta de urina. Segundo ele, porque já tinha ido ao banheiro no intervalo. Então, precisou beber três garrafinhas de água em poucos minutos para conseguir fazer o exame.
Outro probleminha que atrasou o ponta da seleção foi o fato de precisar tirar a cola das mãos antes do exame. Os jogadores de handebol usam cola durante o jogo para ter mais aderência no contato com a bola. Há um produto especial para removê-la depois do jogo. E justamente nesta segunda-feira (19) a comissão técnica esqueceu o removedor. A solução foi usar muito sabonete, contou o atleta nascido em Promissão (SP).
Atualmente no Guadalajara, da Espanha, ele está acostumado com as dificuldades com a cola nas mãos, principalmente por causa do cabelo dreadlock, que ostenta há três anos. Para arrumá-lo durante o jogo, prende com uma munhequeira, por exemplo.
Situações curiosas a parte, Chiuffa comemorou o fato de ter acabado o jogo com sete gols, na vice-artilharia (Borges fez nove). O ponta dos dreadlocks, porém, passou boa parte do jogo no banco. Segundo o técnico Jordi Ribera, para descansar e ser poupado para a sequência do campeonato. Após a partida ele garantiu que estava bem fisicamente, sem cansaço.
Dos sete gols, Chiuffa fez três em arremessos de sete metros (espécie de pênalti no handebol). Em todas as cobranças, ele dá uma espécie de “paradinha” para enganar o goleiro rival.
“Ameaço sempre. Se não ameaçar, erro”, revela Chiuffa, que até sangue deixou em quadra contra Belarus.
“Logo no primeiro arremesso caí errado e ralei um pouco o braço”, lembra. Ele tentou esconder, limpar com a munhequeira, mas o árbitro viu e ele precisou sair do jogo que manteve as chances do Brasil se classificar às oitavas de final.
Nesta quarta-feira (21), os brasileiros encaram a Eslovênia. Depois, na sexta (23), o Chile. Precisa ganhar pelo menos um dos dois jogos para continuar sonhando com o Mundial.
“Tínhamos que sair com a vitória [contra Belarus] hoje, era sim ou sim”, conclui.
O repórter MARCEL MERGUIZO viaja a convite da organização do Mundial