GABRIELA YAMADA
RIBEIRÃO PRETO, SP – Com a falta de chuvas e o aumento do consumo de água, devido ao calor, moradores de 11 cidades da região de Ribeirão Preto enfrentam racionamento. A lista inclui Cristais Paulista, Barretos, Tambaú, Dobrada, Cravinhos, Jardinópolis, Pirangi, Araras, Casa Branca e Santa Cruz das Palmeiras.
Santa Rita do Passa Quatro também anunciou a volta da medida –que já fora adotada no ano passado– a partir de segunda-feira (19). A restrição foi adotada em todo o município.
No total, o racionamento, em sistema de rodízio entre os bairros, afeta 334.330 habitantes da região, de acordo com o IBGE (Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística).
Em Tambaú, o período sem água é o maior da região: são 48 horas em racionamento e 16 horas com abastecimento, segundo a prefeitura.
As chuvas de dezembro e janeiro não foram suficientes para minimizar a seca, por isso a situação tende a ficar pior que a registrada no ano passado, de acordo com Carlos Alencastre, diretor regional do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica).
A cidade de Jardinópolis, por exemplo, registrou na segunda (19), pela primeira vez, falta de água na região central.
O local nunca havia sido afetado pelo problema, segundo Donizete de Souza, diretor do departamento de água e esgoto.
“As nascentes estão com os níveis baixos e não conseguimos encher os reservatórios”, informou.
MAIS QUATRO CIDADES
Em alerta, outros quatro municípios da região também sinalizaram que devem adotar o racionamento de água na próxima semana: Bebedouro, São Joaquim da Barra, Guaíra e Aguaí.
Gilmar Feltrin, diretor do Saaeb (Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Bebedouro), afirmou que os dois reservatórios que abastecem o município registram níveis cerca de 60 centímetros abaixo da medição usual para essa época do ano.
O problema de abastecimento se intensificou neste final de semana, quando o volume consumido atingiu 1,7 milhão de litros.
Já em Guaíra, o Deagua (Departamento de Esgoto de Água de Guaíra) diz que os reservatórios operam no limite de suas capacidades.
No município, o problema afeta também cerca de 50 agricultores, que necessitam de irrigação para as lavouras.
“Se eles irrigarem [as plantações] agora, a cidade vai ficar sem água”, disse José Getúlio de Oliveira, diretor do departamento.
RIO PARDO
Nesta segunda, o rio Pardo, também na região de Ribeirão Preto, atingiu o nível mais baixo desde o início de sua medição, em 1941.
De acordo com o DAEE, o nível medido na bacia hidrográfica era de, somente, 22 centímetros.
Ainda segundo os dados do órgão, o índice considerado normal para esta época do ano é de 2,5 metros.
A vazão do rio também alcançou o nível mínimo de 20 mil litros por segundo nesta segunda-feira –a média para esta época do ano é de 300 mil litros.
“Estamos num momento crítico. Os níveis estão piores que o ano passado”, declarou Alencastre, do DAEE.
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