LÍGIA MESQUITA, ENVIADA ESPECIAL
BERTIOGA, SP – O motoqueiro desce de sua moto munido de um tablet. Sem nem tirar o capacete, aproxima-se do carro prata estacionado irregularmente, aponta a câmera fotográfica do aparelho para a placa do veículo e clica. Em alguns segundos, a imagem chega à Diretoria de Trânsito e Transporte de Bertioga (SP), que enviará uma multa para o infrator.
A cena descrita acima tem sido vista desde a quinta-feira (22) na Riviera de São Lourenço, bairro planejado da cidade do litoral de São Paulo que passou a contar com um sistema eletrônico de zona azul.
Nos bolsões de estacionamento próximos às entradas da praia, funcionários uniformizados da empresa É Só Parar informam os motoristas da cobrança. Em seus tablets, eles adicionam o número da vaga colocado no chão, a placa do carro e o tipo de cartão virtual escolhido: o de 1 hora custa R$ 2, o de 3 horas, R$ 5, e o de 6 horas, R$ 10. Pelo celular, o dono do carro recebe o comprovante da operação. Dez minutos antes da autorização para estacionar expirar, a empresa envia um SMS pelo celular alertando o cliente.
O novo sistema também está em funcionamento na região central de Bertioga. “Temos 1.000 vagas para carros e 150 para motos. É um método inovador e muito eficaz. Queremos levar para todas as praias daqui”, diz à reportagem o diretor de Trânsito de cidade, Nelson Jorge de Castro. Segundo ele, esse novo método será realizado por 70 dias até a conclusão de uma nova licitação que promete ampliar a cobrança para áreas comerciais do município.
A Associação de Amigos da Riviera aprova a zona azul eletrônica. “É uma cobrança que torna mais democrático o acesso de todos às vagas, por gerar um rodízio de carros. E é muito moderna e organizada”, diz o gerente-geral da entidade, Daniel Silveira.
O aposentado Mario Ubl, 78, de São Paulo, gostou do novo sistema, mas reclama da falta de descontos para a terceira idade. “Podia ser mais barato, né? Mas se é pra organizar o trânsito, eu contribuo”, fala.
O engenheiro Rodrigo de Paula, 30, de Mogi Guaçu (SP), também acha que o valor cobrado é alto. “É ótimo que seja eletrônico, que não gaste papel, mas R$ 10 por seis horas é bastante.”