JULIA BORBA
BRASÍLIA, DF – O ministro Eduardo Braga (Minas e Energia) disse nesta quinta-feira (29) que o processo de negociação com os bancos para que seja liberado mais um empréstimo bilionário para o setor elétrico já está “em fase de conclusão”.
O valor do acordo deve ficar próximo a R$ 2,6 bilhões, o suficiente para cobrir despesas pendentes de 2014 que foram feitas pelas empresas de distribuição.
Sem ter contratos suficientes para atender a demanda da população, essas companhias tiveram de recorrer ao mercado de curto prazo para comprar mais energia. Por isso acabaram pagando mais caro, uma vez que o preço foi impactado pelo cenário de poucas chuvas e alto índice de uso de usinas térmicas.
Por decisão da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) esse prazo foi prorrogado e o pagamento poderá ser feito até 31 de março. Dando mais tempo para conclusão do acordo com os bancos.
“Não é responsabilidade do Ministério de Minas e Energia fazer a negociação final. O Ministério da Fazenda está conduzindo esse processo junto aos bancos públicos e privados”, disse.
Pelos riscos envolvidos na nova negociação, o governo planeja fechar acordo apenas com entidades públicas, como Banco do Brasil, BNDES e Caixa -decisão criticada por técnicos da área econômica do próprio governo.
CLIMA
Ainda de acordo com o ministro, houve melhora no clima, o que pode indicar uma recuperação no nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas.
“Ainda não é a convergência do Atlântico Sul que tanto esperávamos e continuamos esperando. Estamos monitorando dia a dia. Mas efetivamente estamos já alguns dias com clima favorável”, afirmou.
Segundo ele, até o próximo dia 10 de fevereiro será possível saber se a configuração climáticas estará melhor até o fim de março.
ECONOMIA
O ministro voltou a destacar que a população deveria evitar o desperdício de energia. “Mais uma vez quero dizer que o uso inteligente da energia é um fator que nós, consumidores, vamos cada vez mais apreender e compreender com o sistema de bandeiras”.
Por meio do modelo em vigor desde o início do ano, o consumidor terá aumentos mensais nas tarifas de luz de acordo com a quantidade de usinas térmicas que estiverem sendo usadas no país.
“Saberemos combater os desperdícios e fazer com que a nossa conta de energia seja mais barata, mais econômica e, assim, também ajudar o Brasil. Ganha você, consumidor, e ganha o Brasil porque tendo essa contribuição poderemos manejar, de maneira mais inteligente, algumas poupanças hídricas no setor de energia”, completou.
REAJUSTES
Sobre as medidas que vem sendo anunciadas pela Aneel e que trarão impactos nas tarifas dos consumidores, Braga disse que elas fazem parte de um roteiro “estruturante” para o auto financiamento do setor, robustez, ampliação dos investimentos e atração de capital privado para novos projeto da área.
Já sobre o aumento extraordinário que deve cair sobre a conta do consumidor ainda no início deste ano, o ministro afirmou que o valor adicional será reflexo dos gastos do setor elétrico neste ano (a conta da CDE), o valor previsto para pagamento dos empréstimos bancários feitos às distribuidoras (conta ACR) e os acréscimos que virão com os custos financeiros do alongamento dos prazos para o pagamento dessas contas.
“A própria Aneel, nesse momento, estuda aprimoramentos em relação a essa matéria e está discutindo com as distribuidoras.”