SÃO PAULO, SP – Diante da demora do Irã em prestar esclarecimentos sobre o desenvolvimento de atividades nucleares, a agência nuclear das Nações Unidas (AIEA) elevou o tom das cobranças sobre a república islâmica nesta segunda-feira (2).
O diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano, afirmou que o estudo sobre as possíveis dimensões militares do programa nuclear iraniano depende da cooperação do Irã em oferecer “acesso a toda informação relevante, a documentos, lugares, materiais e pessoal no Irã”.
No entanto, o país não tem respeitado prazos acordados anteriormente. Autoridades iranianas deveriam ter apresentado esclarecimentos à AIEA em agosto de 2014 com relação a dois pontos investigados pela agência, algo que ainda não fez.
“Este processo não pode continuar de maneira indefinida. Isso não pode ser algo interminável”, declarou Amano, expressando frustração em relação à demora iraniana.
Segundo fontes diplomáticas, embora o Irã reitere formalmente a sua vontade de seguir cooperando com a AIEA, apenas três dos 12 pontos estipulados durante essa investigação foram tratados até agora.
Na semana passada, o vice-ministro iraniano das Relações Exteriores, Abbas Aragchi, prometeu que seu país iria cooperar com mais rapidez e força na investigação da AIEA.
A AIEA foi encarregada em novembro de 2013 de supervisionar o acordo nuclear firmado entre o Irã e o denominado G5+1 (EUA., Reino Unido, França, Rússia, e China –os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU- mais Alemanha), enquanto se negocia um acordo global.
Por enquanto, o Irã cumpre todos os requisitos desse acordo, como a suspensão das partes mais delicadas de seu programa nuclear, mas não coopera como a AIEA na hora de esclarecer possíveis atividades nucleares militares no passado.