MARIANA HAUBERT
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), desistiu de participar do jantar entre a presidente Dilma Rousseff e a cúpula do PMDB, que acontecerá na noite desta segunda-feira (2) no Palácio da Alvorada, em Brasília.
Em nota oficial, Renan argumentou que, como presidente do Congresso Nacional, ele deve colocar a instituição acima da condição partidária. Apesar de seu posicionamento, o peemedebista classificou o encontro como “aprimoramento da democracia”.
“Decidi abster-me do jantar entre o PMDB, a presidente da República e ministros, em que se discutirá a coalizão. O presidente do Congresso Nacional deve colocar a instituição acima da condição partidária. Considero o encontro como aprimoramento da democracia”, diz a nota.
O encontro foi definido após os peemedebistas terem se reunido com o ex-presidente Lula na última quinta-feira (26). O encontro foi realizado na residência oficial da presidência do Senado, tendo Calheiros como cicerone.
No encontro, os peemedebistas reclamaram a Lula sobre o tratamento dispensado pelo governo ao partido. Desde a reeleição de Dilma, o PMDB tem se queixado da falta de interlocução com a presidente e de acesso às decisões centrais do governo.
Além do vice Michel Temer, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e ministros do partido serão recebidos por Dilma nesta segunda.
Após o encontro com Lula, Renan afirmou que os peemedebistas disseram ao petista que o ajuste fiscal promovido pelo governo “é pífio e insuficiente” e defenderam que ele seja ampliado, com cortes no setor público.
No encontro, segundo relatos, Lula disse que o governo federal tem que agir rápido para não perder e se distanciar da população.
Também de acordo com senadores presentes ao encontro, o petista disse que ajudará Dilma a corrigir os rumos para sair da crise política e econômica.
Nas palavras de um peemedebista à Folha, o “governo está nas cordas” e depende agora de uma contrapartida da presidente. Na avaliação de Lula, Dilma precisa partir para uma postura mais forte para que seja retomada a confiança no país.