FELIPE DE OLIVEIRA RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O delegado titular do 13ª DP (Ipanema), Gilberto Ribeiro, anunciou nesta quarta-feira (4) que o policial militar acusado de matar o dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, o DG, vai ser indiciado sob suspeita de homicídio doloso qualificado, quando há intenção de matar e a vítima não possui condições de defesa. Para Ribeiro, o disparo que foi efetuado quando a vítima estava de costas, ocorreu em um momento em que o dançarino estava vulnerável. “Na posição em que Douglas estava, ele não oferecia risco aos militares. O policial que atirou teve dolo para matar, ele não oferecia riscos”, afirmou Ribeiro. Segundo o delegado, sete policiais militares vão ser indiciados. Além de Walter Saldanha Correia Junior, que é apontado como o responsável por ter efetuado os disparos, quatro policiais vão responder por falso testemunho e prevaricação. Os dois PMs que encontraram o corpo de DG também serão indiciados por falso testemunho. Ribeiro afirmou que no início da investigação já havia evidências de que o disparo que matou Douglas havia partido de algum policial. “Nós já sabíamos, precisamos apenas da reprodução simulada para localizar qual dos militares havia atirado. Eles também sabiam que tinham acertado alguém, tanto que no dia posterior foram procurar por alguém ferido ou algum corpo.” Sobre as lesões encontradas no corpo de DG, o delegado explicou que são explicadas pela queda que ele sofreu durante a fuga. “Após ser alvejado, ele correu e pulou sobre uma caixa d’água, cuja tampa quebrou. Por isso o corpo estava molhado. Depois ele se levantou e correu. No desespero, pulou [de uma altura de] cerca de sete metros, se machucou mais e morreu no local.” Já para Maria de Fátima Silva, mãe do dançarino DG, faltam evidências para comprovar a versão apresentada pelo polícia. “Não entendi até agora como ele foi baleado e o tiro não furou a camisa. Além disso, não há como ter sofrido uma lesão daquela magnitude, correr e pular. Acho que ele levou um tiro à queima-roupa e [o corpo] foi plantado naquele lugar.” Ela também afirmou que pediu que o Ministério Público do Rio inclua um laudo de um perito particular contratado por ela. O documento aponta, entre outros questionamentos, o fato de ele ter sido alvejado no pulmão e ainda ter corrido e pulado por cerca de 15 metros. DG foi encontrado morto próximo a um barranco, dentro de uma creche da comunidade. Ele era dançarino do programa “Esquenta”, da TV Globo, e sua morte causou uma série de protestos. Um desses atos resultou na morte de outro rapaz.