BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Depois de 40 anos na Câmara dos Deputados, o secretário-Geral da Mesa Diretora, Mozart Vianna, vai se aposentar na sexta-feira (6). O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), puxou uma homenagem ao servidor na sessão desta quarta-feira (4), que foi seguida por uma série de líderes.
Considerado um dos especialistas no Regimento interno da Câmara, Mozart foi braço direito de 12 presidentes da Casa. Durante a elaboração da Constituição de 1988 ao lado do ex-deputado Ulysses Guimarães, ele ganhou o apelido de “espírito santo do ouvido”, pelo hábito de “soprar” normas para os presidentes no comando da sessão.
Além da Assembleia Constituinte, ele ainda atuou em outros momentos importantes do Parlamento, como no impeachment do ex-presidente Fernando Collor e na Lei da Ficha Limpa.
Mozart alegou motivos pessoais para solicitar sua aposentadoria, que seriam incompatíveis com o ritmo de trabalho como secretário-geral da Mesa.
Nos pronunciamentos, líderes da Casa rasgaram elogios ao trabalho do servidor e destacaram seu perfil dedicado e conciliador.
“Todos sabem que não era intenção nossa que o dr. Mozart nos deixasse, mas fizemos de tudo para impedir, porém, motivação de natureza pessoal o fizeram optar pela aposentadoria. Ele sempre trabalhou com isenção e bem servir a causa pública”, afirmou Cunha.
O líder do PSD, Rogério Rosso (DF), brincou com a fama de profundo conhecedor do regimento de Cunha e Mozart. “Você e Eduardo Cunha juntos são quase imbatíveis.”
“Teve uma carreira pública brilhante, deu grandes contribuições ao Parlamento. Sempre aberto aos parlamentares a dúvidas, aos embates. O dr. Mozart faz parte da história desse Parlamento”, disse o deputado Paulo Teixeira (PT-SP).