SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Sabesp decidiu cortar o programa que prevê um bônus de até 30% na conta de água de quem economizar água em seis cidades do interior de São Paulo. O bônus feito para estimular a economia durante a crise no Estado de São Paulo deixa de valer a partir do dia 17 de abril nas cidades de Hortolândia, Itatiba, Jarinu, Monte Mor, Morungaba e Paulínia.
Em comunicado publicado neste sábado (28) no Diário Oficial, a Sabesp diz que a decisão foi tomada “tendo em vista a situação hidrológica favorável da bacia do rio Piracicaba na área de drenagem localizada a jusante dos reservatórios do Sistema Cantareira”. As regiões que deixarão de ter o incentivo são abastecidas pelas bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jaguari.
A atual crise de abastecimento de água em SP fez o lucro da Sabesp cair mais do que a metade em 2014. Se em 2013 a empresa paulista de saneamento lucrou R$ 1,9 bilhão, no ano passado esse valor despencou para R$ 903 milhões.
A deterioração é explicada pela combinação entre uma queda de 6,7% da receita bruta (equivalente a R$ 636 milhões) – provocada pela adoção de descontos para clientes que reduzam o consumo -, um aumento de 13,6% nas despesas da empresa (valor de R$ 1,1 bilhão) e de 18,5% nos investimentos chegando a R$ 3,2 bilhões.
O governo paulista ainda pretende implementar neste ano mudanças na atual estrutura tarifária da Sabesp, empresa de saneamento. O objetivo é eliminar distorções regionais nas tarifas de água e esgoto e aumentar a diferença entre os valores cobrados dos grandes e dos pequenos consumidores.
A estatal já trabalha com estrutura tarifária progressiva, que varia por categoria de consumidor (residencial, comercial, industrial e pública) e por patamar de consumo (de até 10 mil litros a acima de 50 mil litros por mês).
CANTAREIRA
O nível do reservatório dos sistema Cantareira opera com 14,4% da capacidade após subir 0,1 ponto percentual em relação a sexta-feira (27). Esse valor é baseado em um cálculo que utiliza a quantidade total de água no determinado dia e a capacidade total do Cantareira (de 1,3 trilhão de litros), que inclui volume útil (acima dos níveis de captação) e as duas cotas do volume morto (reserva do fundo das represas, captadas com o auxílio de bombas).
O Cantareira abastece 5,6 milhões de pessoas na zona norte e partes das zonas leste, oeste, central e sul da capital paulista. Eram cerca de 9 milhões antes da crise. A diferença passou a ser atendida pelos outros sistemas.