A Proteste Associação de Consumidores está enviando ofício ao Senado para que rejeite o aumento do limite de 30% para 40% do salário de descontos autorizados pelo trabalhador ou aposentado na folha de pagamentos para incluir despesas com cartão de crédito.

Aprovada pela Câmara Federal no dia 9 de abril, por meio da Medida Provisória 661/14, na forma de um projeto de lei de conversão, deve ser votada ainda pelo Senado. O texto da MP especifica que o total será de 40% da remuneração mensal, dos quais 10% exclusivamente para despesas de cartão de crédito.

Para a Proteste, este aumento não beneficia os trabalhadores, aposentados e pensionistas. É uma medida que estimula o endividamento, que já se encontra em patamares elevados. Num período em que a economia está praticamente estagnada e há ameaça de aumento do desemprego, iniciativas como esta elevam o risco de crescimento das dívidas das famílias.

O crédito consignado é a modalidade de crédito favorita dos brasileiros, pela taxa de juros baixa, pouca burocracia e com prazos maiores. O crédito é descontado direto do salário ou do benefício da previdência. Somados aos demais descontos em folha, há o risco de o trabalhador receber menos da metade do salário no fim do mês. Por isso, deve ser avaliado com muito critério antes de ser contratado.

Além dessa medida no Congresso, em outubro de 2014, o prazo máximo para empréstimos consignados destinados a aposentados do INSS passou de cinco anos (60 meses) para seis anos (72 meses). Com essas duas medidas, o consumidor precisa estar ainda mais atento com seu orçamento mensal.


PERIGO

Empréstimos seguidos
O problema do cartão de crédito oferecido aos aposentados é nem termina de liquidar uma dívida e outro crédito já é ofertado, ou o prazo é alongando; consequentemente ele nunca consegue ficar sem dívidas. O que era para ser uma saída do aperto financeiro de muitos deles, acaba virando uma dívida muito alta. Exatamente pelos juros baixos, pois o consumidor acredita que por caber no bolso, poder utilizar desenfreadamente e por consequência, acaba se endividando. Além disso, há más práticas das instituições credoras, a oferta desenfreada a um público altamente vulnerável tende a piorar com estas mudanças. Afinal, para a instituição é um ganho fácil considerando a certeza do pagamento.


CUIDADOS COM O CRÉDITO CONSIGNADO

– Pesquise as taxas de juros e condições oferecidas por outras instituições
– Esse tipo de operação representa dívidas que poderão afetar a administração da renda pessoal e familiar, pelo comprometimento do salário mensal/benefício com as parcelas do consignado
– A melhor forma de obter um empréstimo é procurar diretamente a instituição financeira de sua preferência
– Ao contratar o empréstimo consignado exija a sua via do contrato, nela deve conter as seguintes informações: o valor total financiado, a taxa mensal e anual de juros, CET (Custo Efetivo Total), acréscimos remuneratórios, moratórios e tributários, o valor, prazo e período das prestações e a soma total a pagar pelo empréstimo

Fonte: Proteste – www.proteste.org.br/institucional


SERASA

Feirão Limpa Nome de 28 de abril a 8 de maio
O Super Feirão Limpa Nome da Serasa — que acontece entre os dias 28 de abril e 2 de maio, na versão presencial, e se estende até o dia 8 de maio na internet — tem como proposta aproximar consumidor e credor e facilitar a renegociação de dívidas atrasadas, contribuindo para diminuir a inadimplência e reabilitar o crédito do cidadão.

Para obter uma negociação de sucesso, o consumidor precisa fazer as contas e verificar quais são as sobras mensais que podem ser destinadas à renegociação, tirando os valores empenhados em despesas fixas e em dívidas já assumidas ou previstas. Muitos clientes esquecem que, ao assinar uma renegociação, estão assumindo um novo débito que terá prazos a ser cumprido. O não pagamento gerará mais transtornos, além de uma nova restrição, diz o superintendente do SerasaConsumidor, Júlio Leandro.

O consumidor deve ouvir a proposta e, se não estiver de acordo, fazer uma contraproposta, considerando as contas feitas previamente. O importante é que, depois de renegociada, a dívida caiba no bolso do cidadão, diz Leandro.

O QUE LEVAR EM CONTA NA NEGOCIAÇÃO

– Não tenha receio de olhar para as dívidas que saíram do controle: quanto você já pagou? Qual o valor devido?
– Não esqueça de ter em mãos o CPF e um documento de identificação com foto
– Tenha clara sua real condição financeira no momento da renegociação: quanto pode ser disponibilizado de seu orçamento para quitar a dívida atrasada? Existe alguma renda extra (venda de algum bem, bonificação salarial etc.) que lhe permita fazer uma proposta à vista?
– Não assuma uma nova conta, com a qual você não poderá arcar, contando com verba de terceiros, que ainda não está disponível ou com a venda de bens ainda não comercializados
– Cumpra os novos prazos de pagamento até o final