Após as apresentações de seu último disco, Recanto (2011), e do show intimista Espelho d’Água, Gal Costa resgata a obra de uma das maiores personalidades da música brasileira, interpretando canções do grande cantor e compositor Lupicínio Rodrigues (1914-1974). O espetáculo chega hoje, no Teatro Positivo, após estreia nacional em Porto Alegre (RS), cidade natal do compositor, e apresentação no Vivo Rio, que resultaram numa avalanche de elogios e a menção do espetáculo como forte candidato a melhor show do ano.

O repertório do show é especial. Grandes sucessos do compositor como Vingança, Esses Moços, Volta, Nunca, Felicidade, Judiaria, Homenagem, Cadeira Vazia e Nervos de Aço estarão lá, mas a proposta foi buscar também obras menos conhecidas. Fomos atrás de pelo menos um terço de músicas desconhecidas, conta Marcus Preto, que também foi o responsável pela escolha da banda que acompanha a cantora. Na bateria, Pupillo (Nação Zumbi), na guitarra e violão, Guilherme Monteiro, no teclado e violino, o músico capixaba Lúcio Silva Souza, conhecido como Silva, e no contrabaixo elétrico e acústico, Fábio Sá. A idéia foi trazer músicos que atualizem o Lupicínio e fujam do esquema homenagem saudosa. O projeto é uma coisa viva, afirma.

Compositor e cantor brasileiro, Lupe, como era chamado desde pequeno, compôs marchinhas de carnaval e sambas-canção; músicas que expressam muito sentimento, principalmente a melancolia por um amor perdido. Foi o inventor do termo dor-de-cotovelo, que se refere à prática de quem crava os cotovelos em um balcão ou mesa de bar, pede um uísque duplo, e chora pela perda da pessoa amada. Constantemente abandonado pelas mulheres, buscou em sua própria vida a inspiração para suas canções, onde a traição e o amor andavam sempre juntos.