ESTELITA HASS CARAZZAI CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) – Com spray de pimenta e bombas de gás, policiais militares e professores do Paraná entraram em confronto nesta terça-feira (28) próximo à Assembleia Legislativa, onde é votado um projeto que pretende mudar a previdência dos servidores estaduais. Os manifestantes, que eram cerca de 1.500, tentavam chegar ao Legislativo do PR com um carro de som. Um perímetro de segurança, porém, foi traçado pela polícia, a cerca de 100 metros do prédio -uma ordem judicial impede que os manifestantes ocupem o plenário, como ocorreu em fevereiro. O perímetro aumentou de segunda (27) para terça (28), quando os protestos começaram: agora, toda a rua em frente à Assembleia está cercada por grades, e a entrada de carros de som tem sido impedida pela polícia. Pouco antes das 11h, o caminhão tentou se aproximar do bloqueio e avançou em direção à Assembleia numa brecha entre os carros da polícia, segundo relato de professores ouvidos pela reportagem. Nesse momento, bombas de gás e sprays de pimenta foram lançados contra os manifestantes. “Não houve nenhuma tentativa de depredação. As pessoas estavam com a mão para o alto”, diz Ronaldo Nascimento, 54, professor da UEL (Universidade Estadual do Paraná). Em seguida, um jato de água também foi lançado contra os manifestantes. O carro avançou alguns metros, mas parou em seguida, na praça Nossa Senhora de Salete, ainda distante da sede do Legislativo estadual -onde haverá votação à tarde. “Foi uma truculência. Jogaram água e bomba em cima do povo que estava correndo”, relata Adriana Farias, também professora da UEL. Por volta das 12h, os policiais recuaram o bloqueio e permitiram a entrada do carro de som na rua em frente à Assembleia. ORDEM JUDICIAL Em nota da Secretaria de Segurança do Paraná, o governo informou que está cumprindo a ordem judicial que impede a invasão da Assembleia, e que agirá “em consonância com o livre direito constitucional de manifestação, mas com o devido rigor com qualquer pessoa que venha a danificar o patrimônio público e privado”. “Há um exagero na condução desse processo. A ordem é para a Assembleia, e não para as ruas, para a praça”, contestou Farias. O governo também afirma que integrantes do movimento black-bloc foram convocados, pelas redes sociais, para participarem do protesto. Os professores, em greve desde segunda (27) por causa do projeto da previdência, permanecem na praça em frente à Assembleia. Não houve novos focos de confronto. Com a manifestação, os deputados iniciaram a votação do projeto com proteção policial.