O ex-delegado da Receita Estadual, Márcio de Albuquerque Lima, esteve na manhã desta segunda-feira (4) na sede do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em Londrina, no norte do Paraná. Acusado de chefiar o esquema de corrupção e fraude na Receita do Paraná, o homem preferiu ficar em silência e só deverá se pronunciar em juízo, segundo informou seu advogado, Douglas Maranhão.

Lima chegou à sede do Gaeco por volta das 9h40. Ele estava algemado nos pés e mãos e usou uma blusa para tentar esconder o rosto. Duas horas depois, foi levado de volta à unidade 2 da Penitenciária Estadual de Londrina (PEL), onde permanece preso. Seu depoimento estava marcado inicialmente para a quinta-feira (30), mas como se recusou a sair da cela onde está, foi depor apenas hoje, após uma ordem judicial.

Segundo o delegado do Gaeco, Alan Flore, o silêncio do ex-delegado da Receita era algo esperado, até porque outros auditores já haviam adotado a mesma postura anteriormente. O problema é que, sem o depoimento, a investigação pode acabar atrasando. Não nos resta outra saída a não ser proceder com as diligências para elucidar o caso”, explicou o delegado do Gaeco.

Companheiro do governador Beto Richa (PSDB) em corridas de automobilismo, Lima se entregou na última quarta-feira (29 de abril). Ele estava foragido desde o dia 20 de março e é considerado o chefe do esquema investigado na operação Publicano, que trata do pagamento de propina a auditores estaduais em Londrina.Mais de 60 pessoas já foram denunciadas ao Ministério Público, entre elas 15 auditores da Receita Estadual, 15 empresários, 14 pessoas consideradas pelo MP como laranjas no esquema, 11 contadores, três auxiliares administrativos, dois funcionários públicos, um policial e um administrador de empresas.

Uma das auditoras investigadas é Ana Paula Pelizari Marques Lima, esposa de Márcio, que segue foragida.