SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que é preciso acelerar a execução do pacote de ajuste fiscal para que as medidas de equilíbrio das contas públicas possam ter efeito ainda neste ano na economia. Num recado ao Congresso, que votará nesta semana medidas propostas pela equipe econômica, o ministro afirmou que o governo “não quer ficar empurrando o ajuste para o ano que vem”. “Temos de fazer rápido e sem deixar resíduos que possam impactar a inflação no ano que vem. A postergação não é uma boa política e o medo de fazer rápido não é um bom conselheiro”, afirmou nesta segunda-feira (4) em evento de comemoração dos 15 anos do jornal “Valor Econômico”, em São Paulo. Segundo Levy, uma das reformas mais importantes é a de repensar a maneira como a infraestrutura do país é financiada, em referência à tentativa do governo de reduzir os subsídios por meio do BNDES (banco público de fomento). O ministro destacou ainda a importância da alteração das regras de desoneração da folha de pagamento. De acordo com Levy, a aprovação do tema é “urgente” para que o país volte a crescer. Levy afirmou que o custo das mudanças precisa ser distribuído por todos os setores. “Os trabalhadores estão dispostos. Precisamos fazer isso sem tirar nenhum direito. As empresas também terão de se ajustar”, afirmou. VIRAR A PÁGINA Para o presidente do Grupo Folha, Luiz Frias, o ajuste fiscal é necessário e inadiável e não pode esgotar-se em si mesmo. “É o primeiro passo de uma série de reformas de difícil organização e que, por isso, vêm sendo adiadas por tempo demais”, disse o executivo. “O Brasil merece virar logo essa página para crescer mais e melhor.” O vice-presidente do Grupo Globo, José Roberto Marinho, ressaltou a independência editorial do “Valor”. “O ‘Valor’ defende a livre iniciativa e a defesa da ética e da seriedade na gestão pública, um assunto tão presente neste momento.” Falando a uma plateia de empresários e executivos, a diretora de Redação do “Valor”, Vera Brandimarte, fez uma homenagem a Celso Pinto, responsável pela montagem do jornal e seu primeiro chefe. O jornalista licenciou-se da publicação há 12 anos. “Ele foi fundamental para que chegássemos até aqui.”