Tudo indica que o deputado estadual Luiz Cláudio Romanelli (PMDB) está com os dias contados na Liderança do Governo da Assembleia Legislativa. O parlamentar não confirma, mas o discurso do deputado tem tomado um caminho mais ácido nos últimos dias. O primeiro sinal foi durante a votação da lei que reestruturou os fundos da Paraná Previdência. Em entrevista ao Bem Paraná, Romanelli comentou que a votação era necessária e fundamental para corrigir erros que teriam sido adotados pelo atual governo em 2012 – quando criou o fundo militar. O governo do Paraná fez uma lambança em 2012 quando tirou os militares do fundo de previdência e criou o fundo militar. Este foi um erro que precisamos corrigir com a reestruturação da previdência, afirmou à época.

Desde o dia 29 de Março, quando houve o confronto entre Policiais Militares e professores na Praça Nossa Senhora de Salete, no Centro Cívico, Romanelli tem feito discursos cobrando solução para o problema. Não dá para criminalizar o policial pela conduta, nem a população por não querer a votação do projeto da Paraná Previdência. Nada justifica a utilização do volume de bombas, nem do que se tornou um susto para nós que foi o uso de balas de borracha. Isso não podemos admitir, discursou ele.

Ontem, Romanelli deu mais uma demonstração de que seus dias podem estar contados na liderança do Governo. Apesar de jamais deixar de defender o governo Beto Richa (PSDB), a quem ajudou a eleger, Romanelli ontem defendeu o ex-governador Roberto Requião (PMDB) quando deputados governistas pediram aparte em seu discurso em prol das mudanças na Paraná Previdência dizendo que o governo Requião é que teria inviabilizado a previdência, deixando de fazer depósitos previstos na lei. Temos que deixar o que ficou no passado para trás. Todos os governos tem seus erros e suas responsabilidades, sustentou. Após o discurso, estudantes do PMDB que lotavam as galerias aplaudiram Romanelli e entoaram o coro: Romanelli, eu não me engano, seu coração não é tucano.

O empurrão do PMDB

Esta semana, a Executiva Estadual do PMDB decidiu dar um prazo de 30 dias para que todos os detentores de cargos junto ao governo do Estado deixem suas funções para não sofrerem processo ético que poderá culminar em expulsão partidária. A ideia é fortalecer o partido e assegurar que todos os seus filiados tenham um mesmo discurso com vistas a fazer prefeitos e vereadores na maioria das cidades do Paraná. O nome de Romanelli foi até citado pelo vice-presidente do partido, João Arruda: Não há como sustentar que o partido tenha o líder do Governo (Luiz Cláudio Romanelli) e o vice-líder da Oposição (Nereu Moura)