SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um policial branco de Cleveland, no Estado americano de Ohio, foi inocentado neste sábado (23) da acusação de assassinato de dois suspeitos negros desarmados durante uma perseguição de carro em 2012.
Quando o carro, ocupado por Malissa Williams e Timothy Russell, foi cercado por policiais, Michael Brelo subiu no capô e atirou diversas vezes pelo para-brisa contra os dois, mesmo sem ter visto evidência de que estavam armados.
O juiz John O’Donnell disse que Brelo, 31, agiu “racionalmente” ao atirar nos dois ocupantes do carro e o inocentou da acusação de agressão agravada.
O julgamento começou em 6 de abril, em meio ao escrutínio público dos policiais após vários casos de negros desarmados mortos por policiais brancos em Cleveland e outras cidades.
Especialistas que testemunharam a favor de Brelo disseram que o policial tinha razão para acreditar que Williams e Russell estavam atirando contra ele e outros agentes. Como houve uma saraivada de disparos contra o carro, não há como determinar exatamente quem disparou as balas que mataram o casal.
A perseguição começou na periferia de Cleveland após relatos de disparos oriundos do carro e atravessou diversos bairros, a mais de 140 km/h. No final, segundo a investigação, 13 policiais dispararam 137 tiros contra o casal. Russell foi atingido 24 vezes e Williams, 23.
Nenhuma arma foi encontrada no carro ou ao longo da rota da perseguição e um mecânico forense testemunhou que o carro, um Chevrolet Malibu de 1979, costuma ter estouros no escapamento, que produziriam o som similar ao disparo de uma arma.