As declarações do vereador Chico do Uberaba (PMN) – que na semana passada causou polêmica ao dizer que paga para trabalhar, apesar do salário de R$ 15 mil – voltaram à pauta da sessão de ontem da Câmara Municipal de Curitiba. Cristiano Santos (PV) e Paulo Salamuni (PV) a nota divulgada pelo colega, que alegou ter se expressado mal, pedindo desculpas pelo ocorrido.
Na nota, Chico do Uberaba alegou que na verdade teria feito as declarações em reação à decisão da Casa de destinar R$ 200 mil para o treinamento de funcionários do Legislativo, e que não era filho de político famoso ou de apresentador de programa de TV. Na mesma ocasião, porém, ele havia reclamado do fato dos vereadores não receberem décimo-terceiro salário, ao contrário de deputados estaduais, federais e senadores.
O vereador tentou justificar a declaração desastrosa que deu nesta Casa, mas não teve respeito com os colegas, disparou para todos os lados, reagiu Cristiano Santos. Relacionar salário de vereador com a Escola do Legislativo? O que isso tem a ver? Temos feito um esforço hercúleo para tirar a Câmara de Curitiba das páginas policiais, mas parece que querem, pelos discursos que ouvimos, reinseri-la nesse contexto, protestou Salamuni. Em todos os lugares que os vereadores foram neste final de semana, ouviram ironias. ‘Estão ganhando mal, hein?’, é o que nos diziam, disse o vereador do PV.
Cristiano Santos considerou a conduta do parlamentar irresponsável. E vou vestir a carapuça, pois sou filho de apresentador de programa de TV, afirmou, pois acho que o vereador Chico do Uberaba falava de mim. Sinto que sou privilegiado pela família que tenho: pai, irmãos, esposa e filhos. Do meu pai, só tenho que me orgulhar, se tive votos por ser filho do Roberto Aciolli, disse. Quando eu me candidatei a vereador, sabia quanto iria receber se fosse eleito, afirmou Santos.