EDUARDO CUCOLO BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O estoque de operações de crédito ao consumo encolheu em abril, enquanto a taxa média de juros nessas modalidades alcançou novamente o maior valor registrado pelo Banco Central em seu levantamento mensal, que tem início em março de 2011. O saldo das dívidas de pessoas físicas nas operações com taxas de mercado caiu de R$ 786 milhões para R$ 785,7 milhões. A taxa média de juros chegou a 56,1% ao ano, a maior da série histórica iniciada em março de 2011. Em abril do ano passado, estava em 48,4% ao ano. No cheque especial, os juros chegaram a 226% ao ano, maior percentual desde dezembro de 1995. A inadimplência nas operações ao consumo passou de 5,2% para 5,3%, menores valores da série histórica do BC. O crédito total do sistema financeiro chegou a R$ 3,06 trilhões em abril, crescimento de 0,1% no mês e de 10,5% em 12 meses. Isso representa uma desaceleração em relação aos 11,2% verificados em 12 meses até março. No mesmo período do ano passado, o crescimento mensal foi de 0,7%. “Não é uma questão sazonal, houve um arrefecimento”, afirmou o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel. Segundo ele, o dado reflete, por exemplo, o aumento da taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 13,25% ao ano. As operações com recursos livres para empresas e pessoas físicas tiveram queda mensal de 0,2% e expansão de 4,9% em 12 meses. O crédito direcionado teve elevações de 0,3% no mês e de 17,1% em 12 meses. A relação crédito/PIB atingiu 54,5%, inferior aos 54,8% de março.