LEANDRO MACHADO E FELIPE SOUZA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Prefeitura de São Paulo vai cobrar o ISS (Imposto sobre Serviços) do aplicativo Uber, que disponibiliza corridas pagas com motoristas particulares.
“Determinei à Secretaria de Finanças para que, independentemente do fato de o serviço não ser regulamentado, cobre os impostos devidos. Eles [Uber] serão enquadrados no imposto sobre serviços. O imposto será cobrado”, afirmou o prefeito Fernando Haddad (PT).
A Uber está no centro de uma polêmica com taxistas, que consideram o serviço ilegal e temem perder passageiros. A avaliação da prefeitura é de que a cobrança do ISS pode tornar o serviço do aplicativo mais caro e aumentar a tarifa cobrada aos passageiros, o que beneficiaria os taxistas.
Em nota, a Uber afirmou que ainda não foi notificada pela prefeitura. “Estamos em dia com todos os impostos municipais e forneceremos toda e qualquer informação e documentos que as autoridades requisitarem”, informou.
A empresa, no entanto, afirmou que não revelaria quais impostos paga ao município.
Nesta quinta (18), em audiência que discutia a regulamentação do aplicativo na Câmara dos Deputados, o presidente do Simtetaxis (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores nas Empresas de Táxi de SP), Antônio Raimundo Matias dos Santos, disse que a disputa por passageiros pode terminar em violência.
“Vai ter morte” e “não temos controle sobre a categoria”, afirmou Matias, na Câmara.
De origem americana, o aplicativo Uber disponibiliza carros de luxo com motoristas que cobram tarifa 5% superior à de um táxi no período diurno.
Em São Paulo, foi lançada recentemente uma opção mais barata. O pagamento é feito só com cartão de crédito. O valor é igual independente do horário.
Ontem, em nota, a Uber afirmou que “reafirma seu compromisso com as leis e as instituições e repudia qualquer tipo de violência”.