LEANDRO COLON, ENVIADO ESPECIAL
ATENAS, GRÉCIA (FOLHAPRESS) – A crise entre a Grécia e os credores internacionais nas últimas semanas, estimulada pelas medidas de controle de capital impostas pelo governo, tiveram efeito imediato no mercado de turismo do país.
Dados divulgados por entidades do setor mostram que desde o último fim de semana – após anúncio do plebiscito sobre acordo com os credores -, caiu pela metade as reservas feitas pelos gregos para o período de férias de julho a setembro.
Entre 27 de junho e 1º de julho, a média de cancelamento de bilhetes aéreos pelos gregos ficou em 7,2%, distante da média normal de 1,05%. O pico foi na terça-feira (30), dia do calote grego no FMI, em que 22% dos voos foram alvo de desistência.
No dia 27, quando o primeiro-ministro Alexis Tsipras anunciou o plebiscito, 60% das reservas das viagens de ferry foram canceladas, ante 10% do mesmo dia no ano de 2014.
O cenário também atinge o mercado de turistas estrangeiros.
Segundo dados da Confederação Grega de Turismo, as reservas de hotéis estão de 30% a 40% abaixo nesta semana em relação ao mesmo período do ano passado. O impacto é de 36 mil a 48 mil diárias a menos.
O presidente da entidade, Andreas Andreadis, disse, num comunicado, esperar que a situação se normalize após o plebiscito de domingo (5) em que os gregos votarão contra ou a favor à proposta de negociação dos credores para socorrer o país.
Além de afetar as reservas, o limite de transações bancárias começa a atingir o abastecimento de ilhas turísticas, segundo a mídia grega.