ANGELA BOLDRINI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Às 17h deste sábado (4), começa, no CCJ (Centro Cultural da Juventude), zona norte de São Paulo, a primeira edição da Virada Feminista, organizada pelos coletivos feministas SOF (Sempreviva Organização Feminista) e Fuzarca Feminista.
Dois finais de semana depois da Virada Cultural, o evento, que tem apoio da prefeitura, terá, durante 24 horas, shows, oficinas, mostras de cinema e peças de teatro produzidas por mulheres. Segundo Helena Zelic, 19, estudante de Letras e membro da SOF, o objetivo é “mostrar que a cultura feita por mulheres existe, mesmo que não apareça muito”.
Na programação, estão as rappers Yzalú, que fecha o evento, às 18h do domingo (5), e Luana Hansen, lésbica assumida e figura carimbada em eventos feministas como a Caminhada Lésbica e a Marcha das Vadias, além das cantoras de MPB Nô Stopa e Joana Duah e bandas como Útero Punk e Bloody Mary Una Chica Band.
“A gente pensou primeiro em fazer uma ‘jornada’ nos finais de semana,” conta Helena, “mas depois achamos que seria mais legal fazer tudo de uma vez.”
A expectativa da organização é de que 800 pessoas passem pelo CCJ durante as 24 horas de duração da festa -no evento compartilhado no Facebook, mais de 11 mil pessoas confirmaram a intenção de comparecer à Virada.
Ao contrário da Virada Cultural, a música não é o foco principal do festival, que conta também com a exibição de filmes dirigidos por mulheres, como o longa “Tão Longe É Aqui”, de Eliza Capai, que conta a história de uma brasileira que viaja à África e narra à filha, por meio de uma carta, seu encontro com mulheres de diferentes culturas.
A SOF participa do programa Cultura Viva, implementado pelo Ministério da Cultura entre 2004 e 2005 e incorporado pela Prefeitura de São Paulo em 2013, que dá apoio (e financiamento) a grupos comunitários para a promoção de eventos culturais. Na Virada Feminista, segundo Helena, esse apoio veio por meio da cessão do espaço do CCJ. As participantes não receberão cachê, apenas ajuda de custo.
TURBANTES E SKATE
Às 20h30 do sábado (4), o coletivo “Mulheres da Economia Solidária” realizará uma oficina de turbantes, enquanto às 15h30 do domingo, Laura Folgueira e Martha Lopes, do projeto #KDMulheres, falarão sobre as mulheres na literatura. Na madrugada, ocorrem oficinas de skate e danças brasileiras.
Nas “rodas de conversa”, que também acontecem durante todo o final de semana, os temas vão desde a relação entre adolescência e feminismo -o papo será comandado por colaboradoras da revista on-line “Capitolina”, uma espécie de “Capricho” feminista- até debates sobre a privacidade na internet.

VIRADA FEMINISTA
QUANDO sáb. (4) e dom. (5)
ONDE Centro Cultural da Juventude, av. Deputado Emílio Carlos, 3641, tel. (11) 3984-2466
QUANTO grátis
PROGRAMAÇÃO disponível no blog do evento (https://viradafeminista2015.wordpress.com/)