noticia_843349_img1_pol-ney-valquir Foto: Valquir Aureliano

No início do ano, o deputado estadual Ney Leprevost (PSD) surpreendeu ao romper com o grupo político do governador Beto Richa (PSDB), depois que a administração estadual decidiu mexer com o fundo de aposentadoria e pensão dos servidores públicos do Paraná. Ao mesmo tempo – apesar de seu partido integrar a base da presidente Dilma Rousseff no plano nacional – manteve-se como uma das principais vozes críticas à administração federal e ao PT.

É justamente como “franco-atirador” – livre dos compromissos com os grupos políticos que comandam hoje os governos federal, estadual e municipal – que Leprevost se sente pronto para apresentar-se como pré-candidato à prefeitura de Curitiba nas eleições de 2016. Até porque, na sua avaliação, com o desgaste sofrido nacionalmente tanto pelo PT, quanto pelo PSDB no plano estadual, e pelos baixos índices de aprovação do atual prefeito, Gustavo Fruet (PDT), a eleição na Capital paranaense estaria aberta a nomes novos, que saibam se colocar como alternativa aos eleitores decepcionados com a política tradicional.

Bem Paraná – Há pouco menos de um ano do início da campanha eleitoral, qual a avaliação que o senhor faz do cenário da disputa em Curitiba?
Ney Leprevost
– O cenário da eleição para prefeito de Curitiba está completamente aberto, na minha opinião. Hoje é um cenário indefinido. É evidente que você tem, como sempre, o prefeito (Gustavo Fruet) na condição de favorito, em que pese uma elevada desaprovação à sua gestão. E tem nomes novos que podem se colocar no páreo com chances de vitória. O prefeito ter ou não alguma possibilidade de vencer vai depender de duas coisas. Em primeiro lugar dele melhorar muito a gestão, porque existem reclamações – que não são poucas – em relação à saúde pública; em relação às ruas que estão esburacadas, à manutenção das praças, parques, espaços públicos. Você vê que Curitiba está até certo ponto mal cuidada.

BP – As pesquisas mostram um descontentamento generalizado com a administração, mesmo que se poupe a figura pessoal do prefeito, é isso?
Leprevost
– Exatamente. Até porque ele tem um nome respeitado, foi um bom deputado federal, é uma pessoa que até que se prove em contrário, não tem envolvimento com a corrupção revelada até agora nos mais diversos setores. E ele é uma pessoa agradável, respeitador. Mas a gestão é muito criticada. É considerada pelas pessoas que acompanham mais de perto ineficiente.

BP – O atual prefeito alega que herdou muitas dívidas do antecessor e enfrenta uma crise econômica nacional.
Leprevost
– Mas já passou um bom tempo. Já dava tempo de ter melhorado. Esse argumento de ‘herança maldita’ serve para ganhar tempo no primeiro ano. Depois as pessoas querem resultados práticos. Por outro lado, me parece que um dos erros cometidos foi abrir mão de técnicos que estavam há muito tempo na prefeitura e que entrava prefeito, saía prefeito, estavam em uma posição importante. Você não pode abrir mão, por exemplo, de um Luiz Fernando Jamur (ex-secretário Municipal de Governo), para mencionar um nome. Mesmo ele tendo sido uma pessoa de confiança do prefeito Luciano Ducci (PSB). Dizia-se antigamente que a máquina da prefeitura de Curitiba andava sozinha. Essa máquina parou de andar sozinha. Me parece que um dos motivos foi a exclusão de técnicos que faziam essa máquina andar. Eles conheciam Curitiba como a palma da mão.

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