Walter é meio Atlético. E a prova disto foi justamente contra seu ex-clube, o Fluminense. O time se arrastava e as únicas chances reais passavam pelos seus pés. O passe para o gol de empate foi em um lance quando ele se livrou de dois marcadores, driblou e cruzou para a grande área. Mas, aos 26 minutos do segundo tempo, dores na coxa o tiraram de campo. Além do Atlético ter produzido pouco depois disso, ainda levou o gol de empate aos 48 do segundo tempo. E ele está fora por dois jogos. Castigo que avisa: o Atlético precisava de mais contratações. Eu falava no início do Brasileirão e continuo na tecla da necessidade do clube contratar um meia que distribua, pare, pense, passe, coloque alguém na cara do gol… vou voltar na era Paulo Baier. Ninguém substituiu o maestro.

Eu fiz um comentário no início do Brasileirão, quando o Atlético venceu cinco de seis jogos, que os muitos clubes que erraram no planejamento de seus elencos no início do ano, erraram na formação de seus times e estavam se reforçando. Outros estavam na Taça Libertadores, outros trocaram a comissão técnica e iriam se ajeitar e então depois disso nós poderíamos ver se o Atlético era mesmo um time com um elenco forte para brigar por algo maior.

Bem, meus amigos e amigas que gostam da bola, a realidade bateu à porta. O Palmeiras contratou o Marcelo Oliveira e o time está rendendo. O São Paulo contratou o gringo Osório e o time começou a render. A tendência é que Flamengo, Fluminense, Cruzeiro, Grêmio, Internacional, Corinthians e o próprio líder Atlético Mineiro briguem por vagas na Libertadores e três destes briguem por título. O Sport está caindo de produção, pelo mesmo motivo que o Atlético. Como é nítida a falta de planejamento de clubes nos estaduais. Pensei nisto ao ver clubes da Europa se reapresentarem depois das férias. Temos ainda dez clubes com chances de cair.

Sempre que falta o sétimo jogo para um atleta completar (e isso deixa o jogador livre para negociar com outro clube do mesmo campeonato), me lembra uma história que o saudoso amigo Dionísio Filho contou nas feijoadas de sábado após o programa Show de Bola, quando ele ainda fazia parte da equipe: jogador ia ao departamento médico do clube a pedido do técnico, ou da diretoria, e o doutor chamava o cara, fazia um exame de olho e lançava: Você está machucado, não joga a próxima. O jogador reclamava: Mas, dotô, eu não estou machucado (batendo o pé no chão) olha só, tá tudo bem comigo. O médico insistia: Eu estou dizendo que você não está bem pra jogar a próxima, quem é o médico aqui?. A notícia que o repórter dava no dia seguinte era que o jogador não poderia jogar porque estava vetado pelo departamento médico, com fortes dores no joelho, livrando a diretoria de maiores explicações. Enfim, não sei se isto acontece hoje em dia, mas a gente acaba sabendo de jogadores que estão no DM por opção tática. E logo estes jogadores são negociados antes de completarem os sete jogos.

Para fechar, não vou na esteira de alguns companheiros de profissão que dizem que o elenco do Coritiba é fraco. Não acho fraco. Acredito que o Coritiba não é time para cair para para a segunda divisão. Mas as brigas internas têm que acabar e o clima interno precisa melhorar, para que os lesionados e principalmente os lesados voltem logo a ficar à disposição do técnico Ney Franco, porque o Departamento Médico do clube está lotado de jogadores que não se machucaram em jogo e o torcedor pode desconfiar.

Mauro Mueller é apresentador do Show de Bola da Rede Massa, radialista e ator