SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, disse nesta quarta-feira (29) que o líder do grupo armado Taleban, mulá Mohammed Omar, morreu em abril de 2013 no Paquistão.
A confirmação é feita depois de uma série de rumores sobre a morte do dirigente radical islâmico. Ele não aparece em público desde 2001, quando os Estados Unidos invadiram o Afeganistão.
Ghani confirmou no Twitter a informação dos serviços de inteligência afegãos. Mais cedo, o porta-voz da Diretoria Nacional de Segurança, Abdul Hassib Seddiqui, disse que o extremista morreu em um hospital de Karachi.
Não se sabe, porém, como e quando a agência de inteligência recebeu a informação. O governo do Paquistão, onde teria morrido Omar, ainda não se pronunciou sobre o caso, assim como as autoridades dos Estados Unidos.
O Taleban também não confirmou a morte. Extremistas do grupo no Paquistão afirmaram à agência de notícias Reuters que Omar morreu de causas naturais e que o grupo armado tomará certo tempo para resolver a sucessão.
DESAPARECIDO
O mulá Omar se mantém em paradeiro desconhecido desde a invasão americana, que foi motivada pelos atentados terroristas de 11 de setembro. O Taleban deu guarida a Osama Bin Laden, chefe da Al Qaeda, morto em 2011.
Desde então, o Taleban lidera uma insurgência contra autoridades afegãs e tropas ocidentais buscando retomar a influência perdida no país.
Nos 14 anos de ocupação americana, surgiram diversos rumores da morte de mulá Omar, sempre negados pelos militantes e não confirmados pelo comando dos EUA e pelas autoridades afegãs. A última série de especulações surgiu na semana passada.
A primeira informação veio de um grupo chamado Feday-e-Mahaz, dissidência do Taleban que afirmou ter matado Omar. Dias depois, foi a vez de o jornal “The News” ter dito que o filho do líder, Yaqoub, o havia sucedido.
Se confirmada, a morte do líder do grupo armado podem provocar instabilidades nas negociações de paz com o governo afegão devido a disputas internas entre diferentes candidatos à sucessão do comando do grupo armado.