A região de fronteira teve queda de 20,6% no índice de homicídios dolosos (com intenção de matar) no primeiro semestre de 2015. Análise da Secretaria da Segurança Pública e Administração Penitenciária também mostra que as ações policiais foram mais efetivas de janeiro a junho deste ano, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Aumentaram o volume de armas apreendidas e os mandados de prisão cumpridos, com acréscimo também nas autuações de tráfico de drogas e de contrabando. 

Os resultados foram debatidos pelas forças de segurança durante reunião do Gabinete de Gestão Integrada de Fronteira (GGIFron), nesta quinta-feira (30), em de Pato Branco, no Sudoeste do Estado. 

Nos 139 municípios que compõem a faixa fronteiriça do Paraná ocorreram 223 assassinatos no primeiro semestre. Em 2014 foram registrados 281 no mesmo período. A retirada de armas de fogo das ruas, na região, cresceu 9%, passando de 968 para 1.054. Na mesma tendência de crescimento aparecem os mandados de prisão – 2.092 foram cumpridos de janeiro a junho, 30% a mais que no ano passado, quando o total foi de 1.606. 

Paralelamente a estas ações, as autuações de contrabando aumentaram 11,4% (de 436 para 486) e aquelas referentes ao tráfico de drogas subiram 10% (de 1.157 para 1.275). Os dados foram apresentados pela Coordenadoria de Análise e Planejamento Estratégico (Cape), órgão da Secretaria da Segurança Pública responsável pela análise criminal de todo o Estado. 

O Paraná, por sua extensão e sua localização em relação a outros países, tem uma carga maior de responsabilidade no combate ao crime organizado. São várias as modalidades de crimes que ocorrem na região de fronteira e nós temos vários órgãos envolvidos com a segurança na atividade de repressão, afirmou o secretário da Segurança Pública e Administração Penitenciária, Wagner Mesquita. 

Ele destacou ainda a importância do desenvolvimento de atividades conjuntas entre as instituições. Então, em função dessas características, é necessário nos reunir periodicamente, discutir resultados, estabelecer objetivos e discutir métodos para que possamos agir de forma coordenada e, assim, obter melhor o resultado, complementou o secretário. 

OPERAÇÃO ESCUDO – A união de esforços das entidades de segurança desencadeou, durante dois meses, a Operação Escudo, coordenada pela Receita Federal, que resultou na apreensão de 150 carros, 15 ônibus, cinco vans, dois caminhões, além de 605,9 quilos de maconha e outros 12,48 quilos de haxixe. Na mesma ação foram efetuadas 63 prisões. 

A diversidade de crimes apurados somente foi possível pela interação das diversas forças de segurança e, por isso, é tão importante continuarmos com essas operações, analisa o delegado-adjunto da Receita Federal, Filisberto Luiz Mioto, que na reunião do GGIFron representou a superintendência dórgão. 

PARCERIA – A união de forças para garantir tranquilidade à população também ocorre com órgãos municipais, como é o caso da Prefeitura de Pato Branco, com o programa Olhar Seguro, que consiste na implantação de câmeras de monitoramento em pontos específicos. 

Fizemos a rede de fibra ótica em escolas, postos e outros principais locais da cidade. O monitoramento é feito pela polícia. Esse entrelaçamento entre as forças policiais e municípios é importante para que a população tenha uma segurança cada vez melhor, disse o prefeito de Pato Branco, Augustinho Zucchi. 

Entre as autoridades presentes na reunião do GGIFron estavam o comandante da 5ª Região Militar, general de brigada Luiz Antônio Duizit Brito; o coronel Marcus Aurélio Silva de Abreu, representando o comandante da 5ª Divisão de Exército; o prefeito de Pato Branco, Augustinho Zucchi; o superintendente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Paraná, Gilson Luiz Cortiano; o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Maurício Tortato. 

Também participaram o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Juceli Simiano Junior; o delegado-geral da Polícia Civil, Julio Cezar dos Reis; o assessor militar da Secretaria de Estado da Segurança Pública, Nelson Ademar Piske; o diretor-geral da Polícia Científica, Hemerson Bertassoni; o diretor do Instituto de Criminalística do Paraná, Daniel Felipetto, e o secretário-executivo do GGIFron, tenente Clayton Oliveira Lima.