As canaletas do transporte expresso de Curitiba são de uso dos ônibus biarticulados. Com exceção dos casos de veículos de emergência, os demais não podem trafegar por elas. Da mesma maneira, ciclistas e pedestres não devem utilizar a via para a locomoção. E especialmente estes últimos devem ficar mais atentos. Balanço do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran) mostra que de janeiro a junho deste ano foram atendidos 20 acidentes em canaletas, sendo 19 atropelamentos.

Mas, apesar dos riscos, é comum encontrar ciclistas, pedestres e, mais recentemente, até pessoas que fazem uso das canaletas para praticar exercícios e correr. No ano passado, também de janeiro a junho, o BPTran registrou 18 atropelamentos nas canaletas.

Embora o número possa parecer baixo — no primeiro semestre de 2014 foram 370 casos em toda a cidade — as ocorrências que envolvem veículos pesados costumam ser trágicos. No ano passado, cinco pessoas morreram em atropelamentos nas canaletas.

A velocidade máxima dos biarticulados não chega aos 60 km/h, mas a média de velocidade fica próximo dos 25 km/h. Mesmo assim, até pelo seu tamanho, a freada precisa de mais espaço.

Semáforos — O pedestre e motoristas também devem se atentar nos semáforos. Os ônibus que circulam nas canaletas têm prioridade. Definido tecnicamente como prioridade semafórica, o sistema pode prolongar o tempo de verde quando o ônibus se aproxima e reduzir o tempo do vermelho quando o ônibus chega a uma determinada distância ou, ainda, sincronizar um grupo de semáforos para que o ônibus não precise parar em cruzamentos entre uma estação e outra. Outro sistema, também utilizado em Curitiba, é a programação dos semáforos, com tempo de vermelho menor nas canaletas.

O tempo que vai definir a prioridade para o ônibus é variável. Como eles trafegam em sentidos opostos com os mesmos intervalos e mesmos conjuntos de semáforos, os tempos de chegada e saída por sentido são diferentes.

Mortes

As maiores vítimas de acidentes são os pedestres. Dos 222 mortos no ano passado, 80 eram pedestres. Em seguida apareceram ocupantes de motocicletas (69), ocupantes de automóvel (59), ciclistas (11) e ocupantes de caminhão (1). Em dois casos, o perfil da vítima não pode ser identificado.

Travessa da Lapa

Depois de três acidentes em três dias, a Prefeitura vai estudar a implantação de um redutor de velocidade no cruzamento da Rua José Loureiro e a Travessa da Lapa, na região Central de Curitiba. É possível a colocação de um radar de velocidade ou de semáforo. O último acidente ocorreu na quarta-feira, quando um biarticulado e uma moto colidiram. O acidente bloqueou o cruzamento por mais de 40 minutos para o atendimento do motociclista. Contudo, a Prefeitura chama a atenção para o fato do cruzamento ter semáforo. Portanto, os acidentes no local tem o grande componente dos abusos humanos.