Cerca de 400 trabalhadores do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), ocupam a delegacia do Ministério da Fazenda em Curitiba, Rua Marechal Deodoro, na manhã desta segunda-feira,3, no Paraná. Também ocorrem mobilizações em rodovias e pedágios e desde às 9 horas. Eles ergueram as cancelas e liberaram o pagamento das taxas nas praças de Cascavel, Arapongas, Jataizinho, Ortigueira, Mandaguari e Nova Laranjeiras. Não há estimativa de horário para o fim do protesto.

A segunda Jornada de Lutas do MST, que ocorre em todo o país, tem por objetivo denunciar o ajuste fiscal do governo no orçamento da reforma agrária. A paralisação da Reforma Agrária se agrava com o ajuste fiscal do governo, que cortou quase 50% dos recursos da Reforma Agrária – de R$ 3,5 bilhões sobraram apenas R$ 1,8 bilhão. O que ameaça estagnar ainda mais o processo da Reforma Agrária no país, pois sem orçamento não há como o governo cumprir o compromisso político que assumiu no início deste ano de assentar 120 mil famílias Sem Terra acampadas no Brasil.

No Paraná, são 7 mil famílias acampadas em 75 latifúndios improdutivos. Os Sem Terra exigem que o governo elabore um Plano de Metas para assentar no mínimo 50 mil famílias por ano em todo o país, no período de 2016-2018. Hoje, 193 áreas se encontram com processos judiciais que impedem aquisição pelo Incra. São mais de 986 mil hectares de terras, em todo o País, que dependem da Justiça para a sua liberação para a Reforma Agrária.

Eles também reivindicam do Governo Federal um programa que garanta o desenvolvimento produtivo e social, resolvendo os problemas infraestruturais dos assentamentos, como: a construção/recuperação de estradas; energia elétrica para consumo familiar e produção agrícola e agroindustrial; a construção de escolas nos assentamentos; a construção de postos de saúde, combinados com o programa Mais Médicos; a viabilização de saneamento ambiental e ecológico nos assentamentos; a construção de centros comunitários, para convivência cultural e lazer.

Os trabalhadores também cobram a continuidade da assistência técnica que estimula a cooperação e a produção de alimentos saudáveis, respeitando e garantindo a participação das organizações das famílias assentadas, e a ampliação de programas para a agroindustrialização e comercialização dos alimentos produzidos camponeses Sem Terra. Durante essa semana todos os estados estarão mobilizados em luta permanente em defesa da pauta da classe trabalhadora camponesa.

Atualizada às 12h09