Os exames de DNA para paternidade realizados em laboratórios de reconhecida qualidade seguem requisitos que impossibilitam a fraude. É o que afirma Marcelo Malaghini, Doutor em Biotecnologia e responsável pelo setor de DNA do Laboratório Frischmann Aisengart.
O especialista explica que existem os requisitos que podem ser chamados de pré-analíticos, dentre os quais ele destaca o fato de a coleta ser presencial, com todos os três envolvidos – mãe, filho e suposto pai – devendo se reconhecer mutuamente e presenciando a coleta um do outro. Além disso, há registro por meio de fotografia, coleta de impressão digital, assinatura de termo de consentimento (esta, uma coleta voluntária) e, por fim, uma lacragem do kit na presença de todos os três envolvidos.
Depois, de acordo com Malaghini, seguem os requisitos que podem ser chamados de analíticos. Os principais são o uso de amostras-controle, que têm resultado conhecido, a participação dos laboratórios em programas de controle de qualidade e a repetição da análise. Neste último item, ressalto que os maiores laboratórios fazem e refazem o exame e, somente após a comparação de ambos as análises é feita a montagem do laudo, ressalta o Doutor em Biotecnologia.
Por fim, segundo Malaghini, são aplicados os requisitos que podem ser chamados de pós-analíticos. Nestes, o destaque fica para o fato de o laudo ser entregue somente para as partes envolvidas mediante reconhecimento prévio, não sendo informado por internet ou qualquer outro meio eletrônico.
O responsável pelo setor de DNA do Laboratório Frischmann Aisengart descreve que, para oferecer testes de paternidade seguros, os grandes laboratórios seguem padrões de qualidade, como o da Sociedade Internacional de Genética Forense (ISFG) e da Associação Americana de Bancos de Sangue (AABB). A busca por esta qualidade é constante no setor. O Frischmann Aisengart, por exemplo, foi o primeiro no país a receber a acreditação na norma internacional 17.025 nos processos de análises de paternidade, revela.
Com isso, de acordo com o especialista, chega-se a alcançar graus de precisão entre 99,9% e 99,99999999%. Além disso, o teste é processado com o auxílio de modernos equipamentos e um minucioso trabalho de especialistas em genética molecular.
Malaghini também lembra que todos nós, indiferentemente da aparência física, somos resultados de uma contribuição genética idêntica de ambos os genitores. Além disso, dentro da espécie humana, somos muito mais parecidos que diferentes, afirma. Isso porque apenas 0,1% de nosso genoma é responsável por toda a diversidade biológica existente no planeta. Fração esta ínfima diante dos três bilhões de pares de base que compõem o genoma humano, porém, essencial para a realização de exames de paternidade, finaliza.

* Marcelo Malaghini, Doutor em Biotecnologia e responsável pelo setor de DNA do Laboratório Frischmann Aisengart, é quem debate o tema